Segunda-feira, 24 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de novembro de 2025
Donald Trump segue no caminho de amenizar as pesadas sanções comerciais contra o Brasil. Atenua também o discurso político nas declarações informais e em discussões oficiais com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assim como no decreto assinado com o qual diminui taxas sobre produtos importados.
O governo dos Estados Unidos eliminou o imposto de importação adicional de 40% sobre duas centenas de mercadorias brasileiras, na maioria produtos alimentícios. No texto, o republicano conteve a linguagem ideológica usada quando anunciou o tarifaço sobre o Brasil em julho.
Ainda considera que “políticas, práticas e ações do governo” brasileiro constituem “ameaça incomum e extraordinária para a segurança nacional, a política externa e a economia dos EUA”. Mas não fez menções a Jair Bolsonaro (PL) ou a intimidações contra cidadãos e empresas americanas.
Dentre os mais de 200 itens isentos estão carne e café, produtos relevantes na exportação da agropecuária brasileira.
Embora a diplomacia do governo Lula tenha contribuído para a distensão, a principal causa das reduções de impostos sobre a importação de produtos alimentícios é o desconforto político doméstico do americano.
De acordo com a média de pesquisas de opinião calculada pelo Silver Bulletin, cerca de 56% da população desaprova Trump, a taxa mais alta do seu segundo mandato —a desaprovação era de 40% na posse, em janeiro.
Em relação ao desempenho do republicano contra a inflação, a insatisfação é de 65%. Não à toa, o alívio do custo de vida tornou-se um mote não só de Trump neste final de ano, mas das eleições estaduais e municipais no início do mês —nas quais candidatos do Partido Republicano tiveram derrotas expressivas.
Ainda há produtos alimentícios e similares sob o tarifaço de 40%. Essa alíquota adicional, agressão comercial dirigida a pouquíssimos países, incide sobre parte da indústria, que tem mais dificuldade em encontrar novos mercados para suas mercadorias, até porque muito de sua produção era feita sob medida para clientes ou especificações americanas.
A negociação agora vai se concentrar nesses itens. Haverá, assim, menos concessões potenciais dos EUA sobre a mesa. Ademais, ainda não se conhecem as reivindicações da Casa Branca.
Apesar das dificuldades, trata-se de inegável progresso. O prejuízo fica para atores políticos, como Eduardo Bolsonaro (PL), que tentaram sabotar o país como meio de intimidar a Justiça. Com informações do portal Folha de São Paulo.