Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 9 de junho de 2017
O testemunho do ex-diretor do FBI (a polícia federal americana) James Comey ao Comitê de Inteligência do Senado reforçou as suspeitas de que Donald Trump tentou obstruir as investigações sobre a interferência russa nas eleições americanas, que nitidamente beneficiaram o então candidato republicano. Comey foi demitido pelo presidente americano, apesar de estar na metade do mandato de dez anos — prazo criado justamente para proteger seu titular de pressões do Executivo —, sob alegação de que o FBI vivia o caos.
O ex-diretor disse aos senadores que a justificativa de Trump era pura e simples mentira. Sua saída, acrescentou, se deu após uma série de pressões exercidas pelo presidente para que suspendesse as investigações sobre as relações de Michael Flynn, ex-assessor de Segurança de Trump, com autoridades russas. Se as declarações de Comey forem confirmadas, há evidência de crime e base para uma censura a Trump por abuso de poder, tentativa de obstrução de investigação, entre outros delitos.
Em seu relato, o ex-diretor do FBI afirma que se reuniu várias vezes com o presidente, que exigiu lealdade do subordinado e expressou, em todas essas ocasiões, a preocupação com o andamento das inquirições sobre a interferência russa nas eleições americanas. Comey disse que se sentiu constrangido a esclarecer ao presidente que ele não era objeto de investigação. Trump teria feito pressões similares a outros agentes de inteligência, como Dan Coats, diretor de Inteligência Nacional; Mike Rogers, diretor da Agência de Segurança Nacional; e Mike Pompeo, diretor da CIA.