Domingo, 11 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 21 de maio de 2017
O empresário Joesley Batista, um dos donos do Grupo J&F, afirmou aos procuradores da Operação Lava-Jato que em 2014, durante a campanha eleitoral, avisou pessoalmente os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff sobre as duas “contas-correntes” de propina no exterior, controladas pelo ex-ministro Guido Mantega (Planejamento e Fazenda) e que tinham os dois como beneficiários. O saldo das duas contas bateu em US$ 150 milhões, afirmou o delator.
“Eu disse ‘presidente Lula, eu não sei se o senhor tem a ver com isso ou não tem, o quanto o senhor tem…’. Como ele [Mantega] tinha dito que a conta era do Lula, né, eu vou falar um negócio aqui… Eu disse ‘ó, nós estamos fazendo a doação, nós somos o maior doador e essa conta nossa já passou de R$ 300 milhões, hein. O senhor está entendendo a exposição que vai virar isso?’”, contou Joesley.
No termo de colaboração 1 do empresário, ele descreve o fluxo das duas contas abertas em seu nome, mas que eram movimentadas segundo orientação de Mantega, e como foi seu “esvaziamento”, em 2014 – na campanha da reeleição de Dilma.
“No finalzinho da campanha de 2014, tem três episodiosinhos que, talvez, vale a pena relatar”, disse o delator. O primeiro caso citado pelo delator teria sido um aviso dado a Mantega, quando viu que os valores estavam chegando a R$ 300 milhões, R$ 400 milhões e que a JBS seria a maior doadora, podendo gerar problemas, pois haveria discrepância em relação às demais doações. “Ele disse ‘tem que fazer’.”
Conforme o empresário, em outubro de 2014 ele se encontrou com o ex-presidente no Instituto Lula, em São Paulo. Foi ali que ele teria perguntado se o ex-presidente estava “entendendo a exposição” que daria os mais de R$ 300 milhões em doações pela JBS, ele não teria respondido.