Quinta-feira, 13 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de novembro de 2025
A lista tem 1.076 nomes e também inclui ambientalistas, cientistas e lideranças de organizações não-governamentais.
Foto: Ueslei Marcelino/COP30Executivos de empresas do petróleo, mineração e agronegócio receberam, após indicação do governo brasileiro, credenciais para ter acesso à chamada zona azul da COP30, onde ocorrem as negociações climáticas da conferência que discute o futuro do clima no planeta.
Entre os executivos estão os irmãos Joesley e Wesley Batista, da JBS, maior produtora mundial de proteína animal. Também há representantes de petroleiras como a Petrobras e Exxon Mobil, e de mineradoras como a Vale e a Samarco.
A informação sobre o credenciamento destes executivos consta de uma lista divulgada pela Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCC). As informações são da BBC News Brasil.
Embora nem todas as reuniões da conferência sejam abertas, o acesso à zona azul permite o contato com diplomatas, políticos, negociadores climáticos e ativistas.
Os irmãos Batista e outros executivos da indústria do petróleo e mineração aparecem em uma tabela em que constam como host country guest, termo em inglês para designar “convidado do país anfitrião”.
Essa lista tem 1.076 nomes e também inclui ambientalistas, cientistas e lideranças de organizações não-governamentais. Ao todo, a delegação do Brasil (incluindo funcionários do governo) tem 3.085 pessoas.
Ambientalistas apontam que a presença de executivos de empresas vinculadas a setores como o agronegócio, mineração e petróleo nos espaços destinados às negociações climáticas é resultado do poder político e econômico que elas têm no país e no mundo.
Procurado, o governo federal enviou uma nota informando que “está comprometido em garantir que a COP30 reflita a pluralidade da sociedade brasileira” e que a conferência vai contar com a “presença de diferentes setores da sociedade civil e do empresariado”.
A Petrobras confirmou que terá representantes credenciados na chamada zona azul, onde ocorrem as negociações e que o objetivo da empresa é “acompanhar e contribuir com os debates internacionais sobre clima e energia”.
Procurada, a Samarco confirmou sua participação na COP30 e disse lamentar o rompimento de uma de suas barragens, em 2015.
Em nota, a JBS não mencionou o credenciamento dos irmãos Batista, mas confirmou a presença de outros dois executivos da empresa no evento.
A Vale, por meio de nota, disse que participa das COPs “por entender que, para avançar na agenda climática, é necessário um esforço coletivo e consistente, que envolve diferentes setores da sociedade”.
A Samarco, em nota, disse que a empresa participará da COP como “parte interessada no diálogo aberto, construtivo e transparente sobre as melhores práticas que o setor pode contribuir para o desenvolvimento sustentável”.