Terça-feira, 19 de março de 2024
Por Redação O Sul | 17 de junho de 2021
A lista de investigados da CPI da Covid, a ser divulgada nesta sexta-feira (18) pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL), já tem 12 nomes. Esses nomes saem da condição de testemunhas e passam à de investigados.
Isso permitirá aprofundar medidas para investigá-los, como quebras de sigilos e operações de busca e apreensão.
Mesmo sem consenso entre os membros da cúpula da comissão, a relação vai incluir o nome do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, por decisão do relator, senador Renan Calheiros.
A justificativa é que o atual ministro, em conversa com a direção da Organização Mundial da Saúde, teria tratado de cloroquina e tratamento com drogas de eficácia não comprovada.
São os seguintes os que passarão a ser classificados como investigados:
— Marcelo Queiroga (ministro da Saúde)
— Eduardo Pazuello (ex-ministro da Saúde)
— Ernesto Araújo (ex-ministro de Relações Exteriores)
— Fábio Wajngarten (ex-secretário de Comunicação Social)
— Mayra Pinheiro (secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde)
— Nise Yamaguchi (médica defensora da cloroquina)
— Paolo Zanotto (médico defensor da cloroquina)
— Carlos Wizard (empresário que aconselhou Pazuello)
— Arthur Weintraub (ex-assessor especial da Presidência da República)
— Francieli Fantinato (coordenadora do Programa Nacional de Imunização)
— Marcellus Campêlo (ex-secretário de Saúde do Amazonas)
— Elcio Franco (ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde).
Condução coercitiva
A sessão da CPI da Covid desta quinta-feira (17) do Senado Federal foi adiada após advogados de Carlos Wizard procurarem a comissão para tentar marcar uma nova data. O pedido foi ignorado pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), que afirmou ser uma “falta de respeito” a atitude do empresário, que está nos Estados Unidos.
“Hoje, às 7h, a secretaria recebeu pedido dos advogados de Carlos Wizard para uma audiência com esta presidência para tratar de redesignação da data mais adequada dentro dos trabalhos desta Comissão Parlamentar de Inquérito. É uma brincadeira dele, né?”, questionou o senador.
Ele então pediu a condução coercitiva do empresário para depor na CPI e a apreensão do seu passaporte quando este regressar ao Brasil. O documento só será devolvido depois que Wizard comparecer à comissão.
“Oficiaremos um juiz federal para que requisite à autoridade policial a apresentação da testemunha faltosa ou determinar que seja conduzido por oficial de justiça, o qual poderá solicitar o auxílio da força pública. Para além dessas medidas, diante da ausência do depoente, determino que seja oficiada a justiça federal para que o passaporte do senhor Carlos Wizard seja imediatamente retido pela Polícia Federal tão logo ele ingresse em território nacional e somente lhe seja devolvido após a prestação de seu depoimento diante desta comissão”, disse ele.
Aziz justificou que Wizard foi devidamente intimado para depor por diversos meios, tais como e-mail, telefone e via postal. O parlamentar disse que a CPI da Covid tratará o empresário da mesma forma que qualquer outro que se recusar a comparecer para depor.