Sexta-feira, 16 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 11 de abril de 2023
O caso das duas brasileiras presas com drogas na Alemanha após terem suas malas trocadas no Aeroporto de Guarulhos (SP) levantou preocupações entre passageiros quanto a segurança de suas bagagens em viagens aéreas. Em entrevista ao jornal O Globo, o consultor de segurança da Inteligência em Segurança da Aviação Civil (InAVSEC) Jefferson Barbosa apresentou uma série de medidas que podem ser tomadas pelos passageiros que desejam reforçar a segurança das suas malas.
Segundo o delegado Bruno Gama, “a PF conseguiu comprovar que aquelas passageiras são inocentes. Indicando quem seriam realmente os culpados do fato do crime ocorrido”. A declaração foi dada ao Programa Fantástico, da TV Globo. Depois de mais de um mês presas preventivamente em Frankfurt, as brasileiras Kátyna Baía e Jeanne Paolini foram libertadas nesta terça-feira (11).
Conforme consta no Regulamento Brasileiro da Aviação Civil, da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), “o operador aéreo deve garantir a proteção da bagagem despachada desde o momento de sua aceitação até o momento em que é devolvida ao passageiro no destino ou transferida para outro operador aéreo”.
“O operador aéreo deve assegurar, em coordenação com o operador do aeródromo, que o acesso às bagagens despachadas, às suas áreas de consolidação e aos seus pontos de transferência mantenha-se restrito ao pessoal autorizado e credenciado, e impedir que qualquer bagagem seja violada com a intenção de estar sujeita à introdução de materiais passíveis de serem utilizados para atos de interferência ilícita”, segue o documento.
Frente a casos como o de Jeanne e Kátyna, o que os passageiros devem fazer para “reforçar” a segurança das suas bagagens? Barbosa disse que os cuidados com a segurança começam na hora da preparação da mala, em casa ou no hotel.
“A aviação no geral tem um nível de segurança bem elevado. Porém, temos o ser humano que trabalha nessas operações, e ele pode fazer as coisas positiva ou negativamente. Pensando nisso, nós, enquanto usuários, temos que redobrar a nossa atenção. É preciso tomar algumas medidas”, afirma o especialista.
Ele pontua ainda que, nesse caso específico de troca de etiquetas de identificação das malas por funcionários do próprio aeroporto, as medidas de segurança tomadas pelos passageiros funcionam como uma forma de tentar evitar essa situação, que pode ser resolvida, a longo prazo, não pelos passageiros, mas por um trabalho interno de conscientização e treinamento feito com os funcionários do aeroporto.
Veja abaixo um passo a passo de uma mala mais segura:
– Sempre optar por uma bagagem que não seja de grife, que não chame atenção pela marca ou pelo valor elevado, o que pode ser motivo de violações e furtos.
– Organizar os pertences dentro da bagagem. Tudo que for importante ou tiver um valor elevado deve ser escondido no fundo da mala, o que pode evitar o sumiço desses itens em caso de furto.
– É bom tirar fotos dos itens organizados no interior da mala antes de fechá-la. Assim, caso mexam nela (tirem ou coloquem itens), as fotos comprovam como ela estava antes.
– Coloque, na parte externa da bagagem, alguma coisa que caracterize que ela é sua: um adesivo, uma fita, um cartão e etc. Dessa maneira, ela será mais facilmente identificada, o que evita que alguém a pegue e facilita caso seja extraviada.
– Em todo o trajeto, de casa até o momento da mala ser despachada, nunca abandoná-la ou deixá-la “desassistida”.
– O cadeado é importante. Há bagagens, no entanto, que podem ser abertas e depois fechadas novamente, mesmo com cadeado. Uma maneira de dificultar essa violação é envolver a mala em plásticos ou com uma capa de segurança.
– Na hora de despachar a bagagem, você deve registrar o peso que ela tem. Caso coloquem algo dentro dela, você pode descobrir sem nem mesmo abri-la.
– Quando tiver conexão, sempre confira se suas bagagens foram violadas — caso você tenha acesso a elas nesse momento.
– Repita essa ação no momento de pegar as bagagens na esteira do destino final. Se ela tiver sido revirada, trocada ou se tiver algo que não é seu dentro, você deve chamar algum funcionário da empresa ou um agente policial e avisá-lo da questão. As informações são do jornal O Globo.