Segunda-feira, 10 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de dezembro de 2022
Moscou lançou um ataque de drones “kamikaze” nesta segunda-feira (19), atingindo infraestruturas importantes dentro e ao redor de Kiev, enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, foi para Belarus, alimentando temores de que ele pressionará seu ex-aliado soviético a se juntar a uma nova ofensiva na Ucrânia.
A Força Aérea Ucraniana disse que suas defesas aéreas derrubaram 30 drones, o terceiro ataque aéreo russo à capital ucraniana em seis dias e o mais recente de uma série de ataques desde outubro que tiveram como alvo a rede elétrica ucraniana, causando blecautes em meio a temperaturas congelantes.
O prefeito de Kiev afirmou que ninguém morreu ou ficou ferido nos ataques na capital que abalaram os distritos de Solomianskyi e Shevchenkivskyi, de acordo com informações preliminares.
Os drones “kamikaze” são aeronaves não tripuladas descartáveis, produzidas de forma barata, que voam em direção ao alvo antes de despencar em velocidade e detonar no impacto.
Na escuridão da noite, um incêndio ocorreu em um local de uma usina de energia no distrito central de Shevchenkivskyi frequentemente atacado, disse uma testemunha da Reuters.
“Ouvi uma explosão. E em três ou quatro minutos ouvi outra explosão”, disse um idoso que trabalha como vigilante em um hospital próximo.
O distrito de Solomianskyi, na parte oeste de Kiev, é um movimentado centro de transportes, que abriga uma estação de trem e um dos dois aeroportos de passageiros da cidade.
Autoridades de Kiev disseram que 18 de 23 drones foram abatidos sobre a cidade de 3,6 milhões de habitantes.
“Como resultado do ataque à capital, instalações críticas de infraestrutura foram danificadas”, disse o prefeito Vitali Klitschko no aplicativo de mensagens Telegram.
Oleskiy Kuleba, governador da região ao redor de Kiev, disse que a infraestrutura e casas particulares foram danificadas e que duas pessoas ficaram feridas. Segundo ele, o ataque causou danos “bastante sérios” e três áreas da região ficaram sem energia.
A operadora nacional da rede elétrica da Ucrânia, Ukrenergo, informou no Telegram que os drones tiveram como alvo usinas de energia em todo o país.
“Atualmente, a situação mais difícil está nas regiões central, leste e Dnipro”, afirmou.
Visita
Sob crescente pressão do Kremlin para fornecer mais apoio à guerra da Rússia na Ucrânia, o presidente Alexander Lukashenko, de Belarus, recebeu nesta segunda-feira (19) uma rara visita de seu colega russo, Vladimir Putin.
Lukashenko, o aliado mais próximo de Putin, depende de Moscou para financiamento, combustível e assistência de segurança para se manter no poder, onde esteve nos últimos 28 anos. Os dois homens se encontraram pelo menos seis vezes desde que a Rússia lançou sua invasão em grande escala da Ucrânia em fevereiro, usando Belarus como base para seu ataque a Kiev, a capital ucraniana. Mas essas reuniões foram todas na Rússia.
Putin desceu os degraus de seu avião em Minsk e foi recebido de braços abertos por Lukashenko na pista. Foi a primeira visita de Putin à Belarus desde 2019, segundo a agência de notícias russa Tass.
Enquanto a Rússia se debate no campo de batalha, Lukashenko permitiu que Moscou usasse seu território para lançar mísseis e bombardeios contra a Ucrânia, mas até agora resistiu à pressão do Kremlin para enviar suas próprias tropas. Em comentários relatados pela agência de notícias estatal Belta, o homem forte de Belarus insistiu que sua reunião com Putin nesta segunda-feira se concentraria em questões econômicas, particularmente o preço do gás natural russo, do qual Belarus é fortemente dependente. As informações são da agência de notícias Reuters.