Sábado, 14 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 21 de junho de 2019
O Governo Federal anunciou que o Plano Safra 2019/2020 contará com R$ 225,59 bilhões em investimentos. Com o slogan “Uma só agricultura alimentando o Brasil e o mundo”, é o primeiro plano com os ministérios unificados após duas décadas, contemplando conjuntamente pequeno, médio e grande produtor.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, destacou o papel da agricultura nacional na garantia da segurança alimentar ao Brasil e aos mais de 160 países parceiros. Já para o presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, o plano está distante do que seria o ideal, mas é o que foi possível na atual realidade. “É o primeiro passo para uma mudança maior. Há um entendimento que essa política agrícola não satisfaz as necessidades do produtor do século XXI e a ministra tem consciência que, com os recursos que dispõe e o orçamento feito pelo governo passado, o máximo de mudança que seria possível neste ano é essa”, pondera. Um ponto positivo para o presidente do Sistema Farsul é a unificação do plano. “Reunir em uma política agrícola pequenos, médios e grandes, mas sem deixar de diferenciá-los nas suas idiossincrasias, é uma vitória da agricultura, que abandona diferenças que não são conceituais, mas ideológicas depois de 20 anos”, avalia.
Do montante disponibilizado, R$ 222,74 bilhões são para o crédito rural, sendo R$ 169,33 bilhões para custeio, comercialização e industrialização. Para investimentos, são destinados outros R$ 53,41 bilhões, com taxa de juros variando entre 3% e 10,5% ao ano.
Também foi anunciado o maior valor já destinado ao Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), atingindo a quantia de R$ 1 bilhão. O objetivo do governo é de que cerca de 150,5 mil produtores rurais tenham a safra segurada em 2020. Dois pontos receberam especial destaque de Gedeão Pereira: o Fundo de Aval Fraterno, que irá facilitar a renegociação de dívidas dos produtores rurais, e o Patrimônio de Afetação, que permite ao produtor desmembrar sua propriedade como garantia nos financiamentos agropecuários. “É o reconhecimento do governo de que há um processo de endividamento, em especial na área orizícola e com a metade sul do estado que não vem sendo feliz com as colheitas de soja e busca uma solução”, comenta.
Para o futuro, Gedeão informa que o trabalho é de uma mudança na estrutura do crédito. “Gostaríamos de evoluir para um crédito baseado em apólice de seguro, onde o produtor antes de acessar ao sistema financeiro seguraria sua lavoura e estaria livre no mercado financeiro para buscar recursos em qualquer banco”, explica. Para o presidente do Sistema Farsul, isso acabaria gerando a redução nas taxas de juros.