Segunda-feira, 09 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 31 de janeiro de 2018
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Na segunda-feira 22 de janeiro, a gigante americana Amazon abriu a primeira loja sem caixas e sem filas em Seattle, Estados Unidos, local da sua sede. Basicamente o serviço começa com o download do aplicativo da Amazon Go, como é chamada a loja. Depois, basta ir à loja e aproximar o código virtual gerado no aplicativo para acessar o supermercado. A partir desse momento, em função da presença de diversas câmeras e sensores, tudo o que o cliente pegar para comprar é automaticamente contabilizado em seu “carrinho virtual”. Caso algum item seja devolvido à prateleira, também é automaticamente removido do “carrinho virtual”. Ao sair, o leitor do código virtual dá baixa nos itens e cobra do cartão de crédito cadastrado. O funcionamento de cobrança e pagamento é muito similar ao dos aplicativos de transporte, por exemplo, apesar de ser consideravelmente mais complexo.
A Amazon Go já é um sucesso nos EUA, pois teve um vídeo viralizado explicando o seu funcionamento, além de estar com essa sua primeira unidade em teste desde dezembro de 2016.
Infelizmente, ao se imaginar uma loja como a Amazon Go no Brasil, percebemos que as reações acabam sendo as mesmas de sempre. É natural escutarmos “Ah, mas aqui nunca funcionaria” seguido das justificativas igualmente rasas: “Porque vai ser muito cara!”; ou “Porque vão roubar os produtos!”; ou “Porque vai fazer muita gente perder emprego!”; entre tantas outras.
É lamentável que a mentalidade brasileira seja avessa às disrupções inovadoras que o mercado tem a nos oferecer. De fato, muito dessa mentalidade se dá pelo posicionamento do Estado, dos sindicatos, dos movimentos sociais, entre outros grupos contrários às inovações que, em um primeiro momento, podem gerar redução no número de vagas empregatícias. É uma visão míope, uma vez que toda e qualquer inovação gera necessidade de mão de obra especializada para criar, manter, instalar, aplicar, etc. o produto ou o serviço. Por mais que pareça que a Amazon Go possa causar desemprego ao ser o início do fim do atendimento pessoal nas lojas, esse modelo necessariamente gerará, em paralelo, diversos outros postos de trabalho que tendem a ultrapassar em muito o número de vagas do sistema tradicional, justamente porque a tendência de toda e qualquer inovação é gerar crescimento do mercado em que é empregada. Ao ser expandido, o mercado gerará necessariamente novos e diferentes postos de trabalho, além de uma remuneração mais alta, pelo nível de especialização e pela maior oferta de vagas.
Infelizmente inovações disruptivas como Amazon Go, aplicativos de transporte, aplicativos de aluguel, entre tantas outras, sofrem preconceito descabido no Brasil. A evolução do mercado se dá pela demanda dos indivíduos e da capacidade inovativa de cada um e das empresas. É inconcebível que sigamos permitindo que pequenos grupos de interesse, aliados a políticos mal-intencionados, possam frear a evolução do país e do mercado. Nós, como consumidores e membros formadores da sociedade, devemos exigir que haja menos burocracia e mais espaço e liberdade para empreender. Quem sabe assim consigamos gerar muito mais valor para muito mais gente.
Felipe Morandi – Empresário e associado do IEE
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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