Domingo, 23 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de junho de 2017
Apesar das comemorações do presidente Michel Temer e do ministro da Fazenda Henrique Meirelles de que a alta do PIB (Produto Interno Bruto) após oito trimestres seguidos no vermelho marca o fim da mais longa recessão da história do País, economistas ponderam que o resultado deve ser analisado com cautela e que o ritmo da recuperação ainda é incerto, sobretudo com a crise política desencadeada com as recentes delações da JBS/Friboi.
Logo após a divulgação dos resultados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Temer escreveu em sua conta no Twitter: “Acabou a recessão!”. Já o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em nota, classificou o dia como “histórico”
O Brasil havia entrado na chamada recessão técnica no segundo trimestre de 2015, quando acumulou dois trimestres consecutivos de queda do PIB. Economistas explicam, porém, que a “dobradinha negativa” não é a única premissa utilizada para identificar a ocorrência de uma recessão econômica ou mesmo o seu encerramento.
De acordo com os parâmetros utilizados como base pelo Comitê de Datação de Ciclos Econômicos, da FGV (Fundação Getúlio Vargas), seriam necessários ao menos dois trimestres consecutivos de PIB positivo para caracterizar uma reversão do quadro recessivo.
“Trata-se de um critério técnico, uma regra de bolso, mas que não necessariamente é um bom instrumento de datação, pois as recessões e expansões são caracterizadas por aumentos e quedas no nível generalizado de atividade da economia”, frisou Paulo Pichetti, coordenador de estudos na FGV.
Para exemplificar que o resultado do PIB não deve ser utilizado isoladamente como critério, ele menciona como exemplo a datação do atual ciclo de crise econômica, que se iniciou oficialmente pela Fundação no segundo trimestre de 2014 – embora o período tenha sido seguido por dois outros trimestres de estabilidade antes que se iniciasse a longa sequência de contrações.