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Economia Economia fraca torna a fatia do Brasil no PIB global a mais baixa em 43 anos

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Para o segundo trimestre deste ano, o indicador mostrou expansão de 0,43% da economia brasileira. (Foto: Reprodução)

O fraco desempenho da economia brasileira nos últimos anos levou a uma perda de relevância do País no cenário mundial. Ao fim deste ano, a participação do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil na economia global deve corresponder a 2,3%, a mais baixa desde 1980, quando teve início a série histórica elaborada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Num momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta reinserir o País no cenário global com viagens para China, Estados Unidos e Europa, os dados do Fundo revelam um cenário adverso. A perda de participação do PIB brasileiro vem ocorrendo seguidamente – na década de 1980, o Brasil chegou a responder por 4% da economia do mundo – e deve se manter em queda pelos próximos anos.

O que ajuda a explicar a perda de relevância do Brasil é o baixo crescimento registrado ao longo de quase 40 anos. O desempenho do PIB brasileiro tem sido inferior ao de outras economias, sobretudo quando se faz a comparação com países emergentes.

“O Brasil tem um problema sério de crescimento econômico. Perdeu a década de 80, cresceu bem devagar nos anos 90, teve sorte na primeira década deste século por causa do crescimento da China e pelos preços de commodities, mas os últimos anos voltaram a ser perdidos”, afirma Alberto Ramos, diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do Goldman Sachs.

Os dados que tratam da atividade global foram atualizados neste mês pelo FMI. A participação dos países na economia mundial é medida em Paridade do Poder de Compra (PPP, na sigla em inglês), para deixar mais justa a comparação entre as diferentes economias.

“Depois do ciclo do crescimento com industrialização dos anos 30 ao final dos anos 70, o Brasil parou de se desenvolver”, acrescenta Márcio Holland, professor da Fundação Getulio Vargas e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda. “O ciclo de industrialização brasileira não foi acompanhado por fatores essenciais para uma economia capitalista moderna. Um deles é a educação.”

Deficit na formação

Ao longo dessas décadas, o Brasil ampliou os anos de escolaridade da população, mas sem garantir uma boa qualidade. “Infelizmente, para padrões internacionais, a qualidade educacional brasileira é extremamente trágica, desde a primeira infância, passando pelo ensino básico e médio”, diz Holland.

O País também superou obstáculos importantes na economia, como o processo inflacionário, e avançou na consolidação de instituições importantes, mas a escolha de políticas econômicas equivocadas resultou numa severa crise fiscal e provocou anos de dura recessão – como em 2015 e 2016 –, que foram seguidos por períodos de baixo crescimento do PIB, agravados pelos impactos provocados pela pandemia de covid-19.

Mais do que colocar a casa em ordem, o Brasil tem uma longa agenda se quiser virar a página do baixo crescimento um dia. Além de investir em capital humano para qualificar a mão de obra, será preciso avançar no ambiente de negócios – com uma reforma tributária, por exemplo –, na qualidade de investimento tanto em capital físico quanto em pesquisa e inovação e abrir a economia brasileira para o comércio internacional.

Renda média

A estagnação das últimas décadas também colocou o Brasil na chamada armadilha da renda média – muitos países conseguem melhorar o PIB per capita da sua população, mas não dão o salto seguinte para entrar no seleto grupo de economias desenvolvidas.

Historicamente, a economia brasileira sempre foi comparada com a da Coreia do Sul. Nos anos 1980, os dois países tinham um PIB per capita similar, mas o pesado investimento em educação e a abertura econômica levaram os sul-coreanos a ter uma trajetória bastante diferente. Em 2028, a renda média da Coreia do Sul deve chegar a US$ 70,2 mil, enquanto a do Brasil deve alcançar US$ 21,3 mil, de acordo com o FMI.

O atraso do Brasil é tão nítido que economias emergentes superaram a renda média do País nos últimos anos, como já é o caso da Colômbia.

“Se não houver um retrocesso em política fiscal, um retrocesso com o Estado voltando a ser um pilar do desenvolvimento e, por outro lado, se o País conseguir avançar na reforma tributária e em acordos comerciais, o Brasil volta a ter um crescimento (maior)”, afirma Alessandra, da Tendências.

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https://www.osul.com.br/economia-fraca-torna-a-fatia-do-brasil-no-pib-global-a-mais-baixa-em-43-anos/ Economia fraca torna a fatia do Brasil no PIB global a mais baixa em 43 anos 2023-04-30
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