Sábado, 31 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 30 de maio de 2025
Eduardo contou que vem participando de reuniões periódicas na Casa Branca e no Congresso americano.
Foto: ReproduçãoO deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) chamou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de “tirano” e afirmou que há perseguição política em curso no Brasil. Ele ainda disse que tem interesse em disputar a Presidência se essa for “uma missão” dada a ele por seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em entrevista à revista VEJA, concedida em Dallas, nos Estados Unidos, onde tem vivido nos últimos meses, ele sugeriu que sua saída do Brasil se deu por razões de segurança pessoal e de liberdade política.
“O Brasil deveria ter tido a decência de conseguir parar o Alexandre de Moraes. Não aconteceu. Por isso, tivemos que recorrer aqui às autoridades americanas. Vamos dar assim o primeiro passo para resgatar a democracia brasileira. O STF hoje derruba aquilo que foi aprovado pelo Congresso. Não é uma democracia saudável”, afirmou Eduardo Bolsonaro em entrevista.
Na ocasião, Eduardo ainda defendeu sua atuação como legítima. Em diversas ocasiões, o filho de Jair Bolsonaro afirmou que, quanto mais a Primeira Turma do STF avançasse no julgamento de seu pai, mais ele trabalharia nos Estados Unidos para obter sanções, especialmente contra Moraes, o relator do caso sobre a tentativa de golpe no 8 de Janeiro.
Eduardo contou que vem participando de reuniões periódicas na Casa Branca e no Congresso americano. Ele também relatou manter contato com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, e com o presidente da Argentina, Javier Milei.
“Não tem nada de ilegal na minha atividade aqui”, disse Eduardo. “Se eu tivesse fazendo algum ato criminoso, então, as autoridades americanas com as quais eu me relaciono também estariam cometendo o mesmo delito.”
Na última segunda-feira (26), Moraes decidiu aceitar o pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) e determinou investigação contra a atuação de Eduardo nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras.
O procurador-geral Paulo Gonet listou uma série de declarações públicas de Eduardo e afirmou que havia material suficiente para acusar o deputado de coação no curso do processo contra integrantes do STF.
O pedido de investigação da PGR foi baseado na representação apresentada pelo deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ). O líder do PT na Câmara afirmou que salvou conteúdo publicado por Eduardo nas redes sociais que o deputado licenciado criou provas contra si mesmo.
Na semana passada, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou que “há uma grande possibilidade” de o ministro do Supremo ser alvo de sanções por parte do governo de Donald Trump.
Já nessa quarta-feira (28), Rubio anunciou que o país vai restringir visto para “autoridades estrangeiras e pessoas cúmplices na censura de americanos”. Sem citar Moraes diretamente, mencionou a América Latina como um dos exemplos de aplicação.
Ao ser questionado se “pensa em ser candidato a presidente”, Eduardo respondeu que “se for uma missão dada” por Bolsonaro, vai cumprir.
“Obviamente, se for uma missão dada pelo meu pai, vou cumprir. Inclusive, meu nome já figurou em algumas pesquisas, né? Fiquei feliz. Mas eu acho que, numa democracia normal, quem deveria ser um candidato mesmo deveria ser o Jair Bolsonaro, que inclusive lidera nas pesquisas”, disse. O ex-presidente está inelegível por decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).