Sexta-feira, 30 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 27 de maio de 2025
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nessa terça-feira (27) que a abertura de um inquérito pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar a legalidade de sua atuação nos Estados Unidos poderá gerar um desgaste significativo nas relações diplomáticas entre autoridades brasileiras e o governo norte-americano.
“(Alexandre de) Moraes e sua trupe de aloprados vão criar um grave incidente diplomático com os EUA”, declarou o deputado por meio de uma publicação em seu perfil na rede social X (antigo Twitter). Eduardo Bolsonaro está em viagem pelos Estados Unidos em busca de apoio político de autoridades norte-americanas, num contexto em que seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é investigado no Brasil por suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado para se manter no poder após o término de seu mandato.
Na publicação, Eduardo compartilhou um vídeo em que o senador norte-americano Marco Rubio, aliado do ex-presidente Donald Trump, fala sobre possíveis sanções contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes. O vídeo reforça a narrativa adotada por apoiadores de Bolsonaro, que acusam Moraes de perseguição política.
No dia 21 de maio, Eduardo Bolsonaro já havia celebrado publicamente as possíveis punições ao ministro. “Venceremos”, escreveu ele nas redes sociais.
A abertura do inquérito contra Eduardo Bolsonaro foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes na última segunda-feira (26), atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). A investigação apura possíveis crimes cometidos pelo deputado licenciado, entre eles coação no curso do processo penal, obstrução de investigação contra organização criminosa e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
No pedido, a PGR argumenta que Eduardo Bolsonaro estaria tentando influenciar autoridades americanas a aplicar sanções contra membros do STF, do Ministério Público e da Polícia Federal, com o objetivo de “embaraçar o andamento do julgamento” que envolve seu pai. Segundo a procuradoria, essas ações caracterizariam tentativa de interferência indevida em processos judiciais brasileiros.
Eduardo classificou a investigação como uma “medida injusta e desesperada”. Ele também afirmou que a PGR estaria agindo de forma política, e acusou o governo brasileiro de operar sob um “regime de exceção”, expressão frequentemente usada por bolsonaristas para criticar decisões do STF.
O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), irmão de Eduardo, saiu em defesa do deputado e afirmou no domingo (25) que a atuação internacional do irmão é semelhante às campanhas feitas por políticos de esquerda no exterior durante a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. (Com informações do Estado de S. Paulo)