Segunda-feira, 12 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 2 de julho de 2016
Alvo de novas e graves delações, Eduardo Cunha tornou-se um zumbi político. Seus pares sabem que o ex-todo poderoso presidente da Câmara dos Deputados caminha para ser abatido. A dúvida é apenas se sua morte política, através da cassação do mandato, ocorrerá antes ou depois de o Supremo Tribunal Federal enviá-lo à cadeia. Um cenário como este já teria colocado quase todos os políticos em ostracismo absoluto.
No entanto, na contramão do que a crise sugere, Cunha ainda tem força suficiente para levar o presidente interino Michel Temer a recebê-lo em sua residência oficial em uma noite de domingo. Temer sabe perfeitamente o custo político que a associação com Cunha tem para sua imagem. Mesmo assim, o presidente interino aceitou o encontro.
Os aliados mais generosos de Temer dizem que seu perfil sempre foi o de receber a todos e que não agiria diferente com um velho aliado. A maior parte dos políticos, no entanto, vê na atenção dispensada pelo governo a Cunha sinais de um evidente temor pelo que ele soube e fez ao longo dos últimos anos na cúpula do PMDB.
Muitas das delações feitas até agora ocorreram após uma pesada pressão das famílias dos acusados, que preferiam ver os parentes denunciarem antigos comparsas a permanecerem anos a fio em prisões. (AG)