Segunda-feira, 29 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 17 de julho de 2016
A falta de respaldo do presidente interino Michel Temer à candidatura de Rogério Rosso (PSD-DF) na reta final da disputa pelo comando da Câmara dos Deputados causou fúria no ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e no Centrão, bloco que agrega partidos pequenos e médios e do qual Rosso faz parte.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo apurou, Cunha disse a aliados que se sentiu traído e abandonado por Temer, enquanto deputados do Centrão afirmaram à reportagem que pode haver retaliação ao governo em votações. Para eles, a conta é simples: os 170 parlamentares que votaram em Rosso mais os 78 de partidos de esquerda, por exemplo, podem derrubar o projeto do limite de gastos públicos, uma das prioridades de Temer.
Ciente de que a atuação do governo na eleição para suceder Cunha pode ter reflexos na agenda legislativa, o presidente interino resolveu agir e telefonou a líderes do Centrão para dizer que não pretende desidratar o bloco, como disse em entrevista, mas sim unir a base aliada.
Pessoas próximas a Cunha, porém, relataram que a explicação não convenceu e que ele ficou incomodado com o empenho do governo, mesmo que discreto, para eleger Rodrigo Maia (DEM-RJ) no segundo turno.