Terça-feira, 28 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de novembro de 2015
Na tentativa de comprovar as suas justificativas sobre a origem do dinheiro que mantém em contas secretas em um banco suíço, na tarde de terça-feira o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mostrou a líderes partidários as páginas de seu passaporte, carimbadas com 37 registros de desembarques na África.
O parlamentar tem sustentado que o dinheiro mantido fora do País por ele e a mulher, a jornalista Cláudia Cruz, é fruto da venda de carne moída e enlatada a países como a República Democrática do Congo (antigo Zaire).
O congressista também alega operações no mercado financeiro, no final da década de 1980, quando atuava como uma espécie de especulador internacional.
Segundo fontes da Câmara, o documento foi apresentado ao grupo no final do almoço que ocorre tradicionalmente às terças-feiras na residência oficial do peemedebista, ocasião em que a pauta legislativa da semana é informalmente discutida.
Com exceção do PT, compareceram ao encontro integrantes de quase todas as principais legendas, incluindo PSOL, PPS e Rede. Os relatos sugerem que apenas André Moura (PSC-SE) e Jovair Arantes (PTB-GO), dois de seus mais fiéis aliados na Câmara, mostraram-se convencidos com essa pretensa “prova” da versão apresentada pelo deputado.
Um dos principais opositores do governo, o presidente da Câmara é alvo de investigação pelas autoridades brasileiras e suíças, por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.
Diniz
Em depoimento à PGR (Procuradoria-Geral da República), o economista Felipe Diniz negou ter mandado fazer depósito de 1,3 milhão de dólares em uma conta na Suíça da qual Cunha é beneficiário. Ele é filho do falecido deputado Fernando Diniz, ex-líder do PMDB na Câmara.
A informação sobre o depósito havia sido dada ao MPF (Ministério Público Federal) pelo lobista João Augusto Henriques. Ele seria ligado ao PMDB, o que o partido nega. Segundo Henriques, a quantia teria sido depositada em cinco transferências. (Folhapress)