Sexta-feira, 12 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 25 de janeiro de 2016
Após abrir o processo de impeachment e articular a desidratação da candidatura governista para a liderança do PMDB, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mantém sob sigilo seus planos para o governo neste ano. Mas um item de sua ofensiva contra o Palácio do Planalto já está definido. Cunha vai criar a CPI do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais).
A CPI será criada para investigar denúncias de fraudes contra a Receita Federal de bancos e grandes empresas, mediante supostos pagamentos de propinas para manipular os resultados dos julgamentos pelo Carf de casos de sonegação fiscal.
O autor do requerimento de criação da CPI, João Carlos Bacelar (PR-BA), ficará com um dos postos de comando da comissão – a presidência ou a relatoria. O outro cargo ainda será negociado em fevereiro, quando terminar o recesso parlamentar. O deputado tem uma preferência. “Acho que a relatoria é um trabalho mais técnico e estudei o tema, me aprofundei”, afirmou. Cunha é investigado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) sob acusação de corrupção.
A prioridade da CPI, segundo Bacelar, é o sistema financeiro e o setor automotivo. Ele disse querer convocar executivos de bancos e montadoras para prestar depoimento à comissão. O envolvimento de políticos, no entanto, deve ficar de fora do alvo da CPI. “Temos que ir primeiro em cima dos bancos, que deram origem a essa confusão toda. Depois, o sistema automotivo. Acho que não temos que polemizar a política, de Luiz Inácio Lula da Silva, de Dilma Rousseff”, disse o autor do requerimento. (AE)