Segunda-feira, 29 de abril de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
19°
Mostly Cloudy

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Economia Efeito total de juros altos em 2023 deve esfriar economia brasileira

Compartilhe esta notícia:

Projeções falam em crescimento do PIB menor do que 1% neste ano

Foto: Reprodução
Mercado já trabalha com inflação e juros mais altos. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Depois de dois anos de crescimento forte e que, repetidamente, surpreendeu as expectativas para cima, o ano de 2023 deve começar a contar uma história diferente no Brasil.

De um lado, o impulso da recuperação, após uma profunda depressão causada pela pandemia em 2020, se esgotou. Isso significa que as taxas mais fortes de crescimento, reforçadas pela base muito baixa, ficaram para trás – em 2022, o PIB (Produto Interno Bruto) do País já passou a rodar acima do nível anterior à crise sanitária.

Do outro lado, este será também o primeiro ano que sofrerá em toda a sua plenitude os impactos da subida de juros, outra herança deixada pela pandemia e pelo estrago inflacionário que ajudou a causar.

Também não ajuda o fato de que a economia global como um todo estará mais enfraquecida, puxada igualmente para baixo por uma onda generalizada de inflação seguida de aumentos de juros em todos os continentes.

“Economias centrais, como os Estados Unidos e a Europa, estão flertando com uma recessão. Há a economia chinesa também desacelerando”, diz a economista e professora do Insper Juliana Inhasz. “Então o cenário internacional também não favorece e reforça a perspectiva de um crescimento mais baixo para o Brasil.”

Juros nas alturas

“O Banco Central deve manter os juros nos 13,75%, um patamar claramente contracionista, até pelo menos meados do ano que vem”, diz o estrategista-chefe dde um banco, Luciano Rostagno.

“Como o efeito das altas de juros sobre a atividade econômica é defasado, o impacto desse aperto vai ser maior neste ano do que no ano passado, então, realmente, será um cenário de crescimento mais moderado.”

A estimativa do banco é que, após crescer 3,1% em 2022, o PIB brasileiro avance 1% em 2023, número que já está na banda mais otimista das projeções. A maior parte delas fala em um avanço menor do que isso.

No Boletim Focus, por exemplo, o relatório semanal do BC com as projeções do mercado para os principais indicadores econômicos, a mediana das expectativas é de um crescimento de 0,8% neste ano.

Depois de cair 3,3% em 2020 – número já bem melhor do que a queda de até 9% que se chegou a esperar para o primeiro ano da pandemia -, o PIB brasileiro cresceu 5% em 2021.

O resultado fechado de 2022 será divulgado em 2 de março pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Até o terceiro trimestre, o crescimento do PIB em um ano foi de 3%, embora o resultado trimestral, uma alta de apenas 0,4%, já tenha sido lido como o primeiro grande sinal de desaceleração causada pelo peso da Selic.

Efeito defasado

Depois de despencar à mínima histórica de 2% em 2020, a Selic, a taxa básica de juros do Brasil, se viu obrigada a voltar a subir rapidamente conforme a inflação também começava a sair do controle. Ela saltou dos 2% em que esteve até março de 2021 para os 13,75% a que chegou em agosto de 2022 e com que adentra 2023. É a maior taxa desde 2016.

Juros mais altos, além de aumentar o encargo do governo com o pagamento dos juros bilionários de sua dívida, também encarecem o crédito e inibem tanto o consumo quanto os investimentos produtivos feitos pelas empresas. Tudo isso vai limando o fôlego da economia para crescer.

Leva um tempo, porém, até que os efeitos de uma mudança nos juros percorram plenamente toda essa cadeia – a estimativa de economistas é que esse hiato seja de algo em torno dos seis meses.

É por essa razão que, embora a taxa esteja subindo desde o começo de 2021, será só em 2023 que o fardo de uma Selic de dois dígitos estará pesando plenamente sobre a economia.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Economia

“Justiça vai atuar se atos políticos caracterizarem competência federal”, diz o ministro Flávio Dino
Primeiro Brechocão do ano acontece neste domingo em Porto Alegre
https://www.osul.com.br/efeito-total-de-juros-altos-em-2023-deve-esfriar-economia-brasileira/ Efeito total de juros altos em 2023 deve esfriar economia brasileira 2023-01-07
Deixe seu comentário
Pode te interessar