Segunda-feira, 24 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de agosto de 2015
A Eletronuclear, subsidiária de energia nuclear da Eletrobras, negocia com as empreiteiras UTC e EBE (Empresa Brasileira de Engenharia) uma solução para os pagamentos em atraso do contrato de montagem de equipamentos da usina nuclear Angra 3.
As duas empresas continuaram no consórcio chamado Angramon após outras cinco empreiteiras terem desistido do contrato, alegando atrasos no pagamento: Odebrecht, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e Techint.
Investigadas pela Operação Lava Jato, essas cinco empreiteiras desistiram do contrato alegando pagamentos atrasados em 135 dias. Somente o contrato de montagem da usina nuclear prevê gastos de R$ 2,9 bilhões.
“O consórcio tem uma clásula de solidariedade. Se alguns saírem, os que permanecem precisam seguir com a obra. Então, existe a negociação com a Eletronuclear”, disse o diretor financeiro da Eletrobras, Armando Casado.
Segundo o diretor, o que estaria em negociação seria uma dívida de cerca de R$ 80 milhões referentes aos pagamentos atrasados em menos de 90 dias. Um prazo, portanto, menor do que o alegado pelas empresas que deixaram o consórcio.
Sobre as empresas que anunciaram a desistência da obra, Casado disse que a saída está sendo negociada e que o contrato não chegou a ser suspenso, como anunciado. “A simples manifestação da saída não é suficiente. É preciso uma negociação”, disse, sem dar detalhes.
Um dos problemas enfrentados na construção da usina é a liberação de recursos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Segundo fontes, o banco liberou R$ 2,5 bilhões de um financiamento aprovado de R$ 6,146 bilhão.
Casado disse que o contrato com o BNDES exige garantias de 15% do valor financiado. Com problemas financeiros, a empresa teve dificuldades de oferecer as garantias e os valores acabaram represados. A questão estaria sendo negociada com o banco.
Apesar dos problemas, as obras de construção civil de Angra 3 —como a torre do gerador nuclear e os prédios administrativos— continuam em curso. Por isso, a previsão de inauguração da usina em dezembro de 2018 foi mantido. (Folha)