Sábado, 27 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 26 de setembro de 2025
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, falou na última quarta-feira (24) sobre o inquérito aberto por ordem do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), para investigar os achados da CPI da Covid – que encontrou indícios de diversos crimes durante a pandemia na gestão do então presidente Jair Bolsonaro.
Em entrevista ao Conexão Globonews, o diretor-geral afirmou que a PF recebeu um extenso material, que já está em análise pela corporação.
“Recebemos esse material da CPI da Covid, que teve um trâmite entre o Ministério Público, a Justiça e agora chega à Polícia Federal. É um material muito volumoso, muito denso, com muito conteúdo, e que nossa equipe já está debruçada sobre para que a gente analise e extraia os elementos importantes para uma investigação criminal”, afirmou.
Sobre o andamento da análise, ele afirmou: “Eu tenho certeza que em pouco espaço de tempo teremos avanços significativos”.
Abertura de inquérito
O ministro Flávio Dino determinou no último dia 18 a abertura de um inquérito da Polícia Federal (PF) para investigar os fatos concluídos pela CPI da Covid, encerrada em 2021.
A comissão no Senado aprovou relatório em 26 de outubro daquele ano e, após seis meses de trabalho, apontou uma série de condutas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na condução da crise sanitária que contribuíram para o Brasil atingir a trágica marca de 600 mil mortos pela doença.
No relatório, a CPI pediu o indiciamento de Bolsonaro e outras 65 pessoas por supostos crimes relacionados à pandemia.
Dino entendeu estarem cumpridos os requisitos legais para abrir o inquérito, “a fim de que os fatos tratados nos autos tenham apuração”, escreveu o ministro. Ele deu prazo inicial de 60 dias para as investigações.
“A investigação parlamentar apontou indícios de crimes contra a Administração Pública, notadamente em contratos, fraudes em licitações, superfaturamentos, desvio de recursos públicos, assinatura de contratos com empresas de ‘fachada’ para prestação de serviços genéricos ou fictícios, dentre outros ilícitos mencionados no relatório da CPI”, destacou Dino.
Ocorrida de abril a outubro de 2021, a CPI da Pandemia concluiu que Bolsonaro teve papel preponderante para que o Brasil alcançasse a trágica marca de 700 mil vítimas de covid-19.