Sexta-feira, 02 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 17 de outubro de 2020
Durante cerimônia de entrega de espadins para mais de 600 cadetes do Exército na Academia das Agulhas Negras, em Resende, no sul do estado, o presidente Jair Bolsonaro citou em seu discurso o desejo de ser reeleito e, sem citar nominalmente os países, criticou a Venezuela e a Argentina.
Ao receber do cerimonialista a palavra para discursar, na condição de presidente da República, Bolsonaro afirmou: “Faltam ainda três anos e meio pela frente (para a turma de cadetes concluir o curso). Peço a Deus para estar aqui em 2023 – disse Bolsonaro, projetando uma vitória na eleição de 2022”. Em seguida, um mês após o Exército simular situação de guerra na Amazônia com a Venezuela, Bolsonaro criticou indiretamente o país e a Argentina em discurso aos cadetes.
“Hoje assistimos um país mais ao norte (Venezuela), onde as Forças Armadas resolveu (sic) enveredar por outro caminho. A liberdade, aquele povo, nosso irmão, perdeu. Mais ao sul, outro país (Argentina) parece querer enveredar pelo mesmo caminho. Peço a Deus que eu esteja errado, peço a Deus que salve nossos irmãos mais ao Sul”, afirmou Bolsonaro.
O presidente estava acompanhado do ministro da Defesa, Fernando Azevedo, do vice-presidente, Hamilton Mourão, do ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, e do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, além de deputados federais e do prefeito de Resende, Diogo Balieiro, candidato à reeleição.
Enquanto cumprimentava apoiadores, Bolsonaro foi indagado sobre a situação do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), que foi flagrado com dinheiro na cueca. Perguntado sobre se a decisão de afastamento do senador deve caber ao Senado ou ao Supremo Tribunal Federal, o presidente afirmou: “Não quero dar opinião política sobre isso daí, não.” Em seguida, perguntado sobre se pretende apoiar o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) na reeleição à prefeitura do Rio, Bolsonaro preferiu não responder.
Mandetta
Ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta desabafou na véspera de sua demissão e disse ter vontade de atirar contra os filhos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), relata Ugo Braga, ex-diretor de comunicação da pasta, no livro Guerra à Saúde, com bastidores da crise durante a pandemia de coronavírus.
“O presidente é bom, é bem-intencionado. O problema são aqueles filhos dele, que ficam o dia inteiro xingando nas redes sociais. Sorte que eu não mexo com essas coisas”, teria dito Mandetta em 15 de abril deste ano, um dia antes de ser exonerado. “Minha vontade é pegar um trezoitão e cravar neles. Pelo menos passava a minha raiva.”