Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 20 de março de 2016
Na semana em que a crise política atingiu a temperatura máxima e o processo de impeachment começou a tramitar na Câmara, o discurso do governo Dilma Rousseff é o de que não há outra saída a não ser partir para a guerra. Nas palavras de um assessor presidencial, “agora, é matar ou morrer”.
Segundo conselheiros da petista, a partir deste fim de semana o Palácio do Planalto entra em estado de alerta permanente para traçar ações que garantam os 171 votos necessários para barrar a abertura do processo de afastamento da petista. A ideia é “matar” o processo de impeachment o mais rápido possível, caso contrário o governo “morrerá” em um prazo máximo de 60 dias e de forma melancólica.
O problema, de acordo com um assessor presidencial, é que o governo chega ao campo de batalha fragilizado e com seu principal general, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda sem definição de quando e em que situação assumirá a Casa Civil para comandar o exército da presidente para evitar seu impedimento.
A preocupação da petista com o impeachment foi manifestada ao seu antecessor na noite de terça-feira (15). Ao receber resposta de Lula de que não pretendia entrar no governo, a petista fez um apelo e disse a seu antecessor que ou lutavam lado a lado ou era o fim do projeto do partido.
A ordem dentro do governo é fazer tudo o que for preciso para evitar uma debandada na base governista. Segurar um “pedaço” do PMDB virou questão de sobrevivência. Sem um naco da sigla, a aprovação da abertura do processo de impeachment é vista como certa.
Em outra frente, o Planalto tentará abrir nesta semana canal de diálogo com setores da oposição e criar bandeiras que ajudem a aglutinar novamente a base social do partido em torno da presidente.
A ideia, sugerida por Lula, é “tirar da paralisia” o Minha Casa, Minha Vida e o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e criar iniciativas nas áreas de cultura e direitos humanos que atraiam setores da sociedade que, antes simpáticos ao governo, começaram a migrar para a oposição. (Folhapress)