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Brasil Em depoimento, o deputado cassado Eduardo Cunha rebate doleiro e nega ter recebido propina em um esquema na Caixa Econômica Federal

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Cunha foi condenado em primeira instância a 15 anos e 4 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. (Foto: Ag. Câmara)

O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que teve o mandato cassado, disse nesta segunda-feira (06), em depoimento à Justiça Federal em Brasília, que não participou de nenhum esquema de corrupção e acusou o ex-operador do PMDB e delator Lúcio Funaro de querer atribuir “tudo” a ele.

O depoimento de Cunha é relativo ao suposto esquema de propinas envolvendo financiamentos do FI-FGTS (Fundo de Investimentos do FGTS), administrado pela Caixa Econômica Federal. O esquema é investigado pela Operação Sépsis, um desdobramento da Lava-Jato. Além de Cunha, também são réus nesse processo Lúcio Funaro, Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa, e Henrique Eduardo Alves, ex-ministro e ex-presidente da Câmara.

Cunha atacou Funaro logo no início do depoimento. O operador do PMDB, em audiência no fim de outubro, confirmou a existência do esquema de corrupção e listou políticos do partido que teriam se beneficiado, como Cunha e o presidente Michel Temer.

“A delação que ele [Funaro] faz agora está me transformando num posto Ipiranga. Tudo é Eduardo Cunha”, disse o ex-presidente da Câmara. Cunha refutou as acusações de corrupção e disse que irá contestar todas. “Nenhuma delas é verdadeira e eu quero rebater cada ponto delas”, continuou Cunha.

Doação do grupo Bertin

Cunha contestou a acusação feita por Funaro de que o grupo empresarial Bertin pagou propina ao PMDB como contrapartida pela liberação de financiamento do FI-FGTS, administrado pela Caixa. “Esse fato é mentiroso. Eu não recebi propina nenhuma”, afirmou.

De acordo com o doleiro, dessa transação, Michel Temer teria recebido R$ 2,5 milhões, o que é negado de “forma categórica” pelo Palácio do Planalto. Cunha disse que conversou com o grupo apenas sobre doações oficiais à campanha eleitoral e que não se lembra de ter pedido doação em nome de Temer. “Eu não me lembro de ter pedido para o Michel Temer, mas, se eu tivesse pedido, qual é o ilícito? Eu não recordo sinceramente”, disse Cunha em seu depoimento à Justiça.

Relação com o delator

Ao detalhar a sua relação com Funaro, Cunha disse que os dois se aproximaram em 2003, quando o operador fez doações para a campanha do ex-deputado. A partir daí, contou que se tornaram amigos e começaram a operar juntos no mercado financeiro.

“O fato de ele [Funaro] dizer que não é doleiro, é só quebrar o sigilo. Essa muita movimentação é que vai mostrar que ele era doleiro”, disse Cunha. “Isso é só para explicar que ele era doleiro, apesar de negar”, completou. Cunha relatou ainda diversas situações em que as informações políticas os beneficiaram nessas operações. “Eu tinha muito boas informações e ganhava na maioria. O Lúcio começou a entender que as informações que vinham de Brasília acabavam tendo repercussão no mercado financeiro”, disse.

Por conta disso, segundo o ex-deputado, o doleiro ficou interessado em disputar uma vaga como deputado por Pernambuco, mas acabou desistindo das suas pretensões eleitorais porque seu nome veio à tona no escândalo do mensalão.

Michel Temer

Em seu depoimento, Cunha isentou Temer de ter relação com Funaro. “Lúcio Funaro nunca teve acesso ao Michel Temer”, disse Cunha. Segundo o ex-deputado, as três ocasiões de encontro citadas por Funaro em sua delação não são verdadeiras.

Uma delas teria sido em um culto religioso em um templo, outra em um comício de campanha e a terceira na base aérea de São Paulo. “O culto era em um lugar para 12 mil pessoas sentadas e não é qualquer um que entra no púlpito. O Temer estava no púlpito, o Lúcio não deve nem ter passado perto”, disse. E continuou: “É mentira. Só se houve outros momentos. Na minha frente, ele nunca cumprimentou o Michel Temer. Nessas três ocasiões, eu estava com Michel Temer”.

Cunha está preso desde outubro de 2016 no Complexo Médico-Penal de Pinhais (PR). Por conta da fase de interrogatórios na Operação Sépsis, ele foi transferido temporariamente a Brasília para acompanhar os depoimentos dos demais réus.

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