Quinta-feira, 11 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 4 de maio de 2023
A declaração foi dada durante a primeira reunião plenária do Conselhão, no Palácio do Itamaraty, em Brasília
Foto: Reprodução de TVO presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ironizou, nesta quinta-feira (04), dizendo que no Brasil, “todo mundo pode falar de tudo, menos de juros”. Ele estava falando que o consumidor se importa mais com o valor das parcelas de um bem, do que com o valor dos juros, quando emendou: “Não estou dizendo isso, Roberto Campos Neto [presidente do Banco Central], porque concordo com você não. Este Conselho pode até discutir taxa de juros se quiser.”
“Como se um homem sozinho pudesse saber mais que a cabeça de 215 milhões de pessoas”, falou. A declaração foi dada durante a primeira reunião plenária do CDESS (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável), o chamado Conselhão, no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
O presidente falou na parte inicial da reunião, que começou por volta das 10h e deve se estender até às 17h, porque embarcará para o Reino Unido, onde se encontrará com o premiê Rishi Sunak e participará da coroação do rei Charles III.
O presidente destacou, em seu discurso, que o Conselhão “não é apenas um retrato do Brasil que somos, mas também do Brasil que queremos ser. Um Brasil no qual o diálogo e a busca de consenso serão sempre mais fortes que o ódio e as tentativas fracassadas de desunir o país”.
“Um Brasil no qual as decisões mais importantes para o país são tomadas a luz do dia, face a face e olho no olho. Um Brasil acima de tudo democrático”, acrescentou.
“Aqui não é um espaço para as pessoas virem falar bem do governo, nem só para fazer diagnóstico, é um espaço para vocês ajudarem a governar esse país, dizerem como querem que as coisas sejam feitas. Não é um espaço de queixa e reclamação, é um espaço de produção.”
O presidente destacou, ao longo de seu discurso, os desafios representados pela fome, pela desigualdade e pela crise climática. E disse que os debates que ocorrerão naquele espaço ajudarão a construir acordos e consensos em como enfrentar esses desafios.
“Eu estou botando muita expectativa e muita esperança no mundo que vocês podem criar a partir das discussões aqui”, falou. “A verdadeira solidez das políticas públicas vem do fato delas serem consideradas legítimas e necessárias pelos mais amplos setores da nossa sociedade.”
O presidente destacou a importância do Conselhão durante seus dois primeiros mandatos, e acrescentou: “O que for aprovado aqui será levado a sério pelo governo.”
O papel do Conselhão
O Conselhão será responsável por assessorar o Presidente da República e os ministros na formulação de políticas e diretrizes destinadas ao desenvolvimento econômico social sustentável.
De acordo com comunicado do Palácio do Planalto, o espaço é destinado a “debater agendas e temas de interesse dos mais diversos segmentos da sociedade” e, entre os setores representados, estão “movimentos sociais, setor financeiro, agronegócio e fintechs”.
Criado por lei em 2003, o Conselhão foi extinto em 2019 pelo governo Bolsonaro. Além de elaborar indicações normativas, propostas políticas e acordos de procedimento, a secretaria também irá apreciar propostas de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento econômico-social sustentável, e articular as relações do governo federal com os representantes da sociedade civil.