Quinta-feira, 22 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 21 de maio de 2025
Em evento com prefeitos, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, que apesar dos problemas que enfrenta, quer se colocar como uma opção para o Brasil. “Não tenho obsessão pelo poder”, disse o ex-mandatário. “Se Deus permitir, dados os problemas gravíssimos que eu atravesso, só peço a Deus ser uma opção para o Brasil, e que vença o melhor”, completou.
Na manifestação, ele não mencionou que está inelegível, nem o processo em que é réu, no Supremo Tribunal Federal (STF), por suposto envolvimento na tentativa de golpe de Estado em 2022. Na ação, Bolsonaro responde pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Bolsonaro discursou, durante cinco minutos, para uma plateia de cerca de 2 mil gestores municipais que estão em Brasília para a 26ª Marcha dos Prefeitos, organizada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Antes de sua fala, o presidente da entidade, Paulo Ziulkoski, advertiu aos presentes que não queria vaias. Na terça-feira (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi vaiado ao participar da abertura do evento, em mais de um momento. O ex-presidente foi aplaudido, e somente um ou outro prefeito da base governista, em cantos isolados, ensaiou uma vaia tímida.
Durante sua manifestação, o ex-presidente mencionou que enfrenta “problemas gravíssimos”, mas não os detalhou.
Ainda em seu discurso, Bolsonaro relembrou um dos slogans de sua gestão, “menos Brasília, mais Brasil”, afirmando que esse modelo veio para ficar. Em seguida, leu uma lista de benesses destinadas aos prefeitos durante seu mandato, como R$ 5,3 bilhões de repasses do pré-sal, e 1% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Afirmou que naquele período, nenhum prefeito ficou devendo o 13º salário aos servidores, e que os municípios foram beneficiados com auxílio emergencial que favoreceu 68 milhões de pessoas.
Ele acrescentou que seu partido, o PL, apoiará a aprovação da PEC 66/2023 no Congresso, principal pleito da marcha. A emenda constitucional estabelece um limite para o pagamento de precatórios pelas Prefeituras, e abre novo prazo para o parcelamento de débitos com a Previdência Social.
A participação de Bolsonaro estava programada para as 14 horas, mas o auditório ainda estava parcialmente vazio quando ele subiu ao palco, aplaudido por uma claque posicionada à frente que gritou “mito”. Para que o ex-presidente não discursasse para uma plateia esvaziada, outras autoridades se pronunciaram para dar tempo que os prefeitos retornassem do almoço, e ocupassem as cadeiras. Pelo menos dois terços do auditório foram tomados pelas autoridades municipais. Bolsonaro chegou ao evento acompanhado pelos presidentes do PL, Valdemar Costa Neto, e da federação PP-União Brasil, senador Ciro Nogueira (PP-PI), dois de seus principais aliados. As informações são do jornal Valor Econômico.