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EM HORAS TARDIAS

Carlos Nobre

Carlos Nobre redigia a coluna Muro das Lamentações no jornal A Hora, de Porto Alegre. A 26 de janeiro de 1956, publicou usando  ironia e humor:

“Com o elogiável propósito de incrementar o turismo em nossa Capital, o Muro das Lamentações (em combinação com a Municipalidade) começa a apontar desde hoje os locais mais aprazíveis da cidade. Senhores turistas, vindos a esta cidade: não deixem de visitar o famoso Parque da Redenção em horas tardias da noite. Jamais esquecerão o belo espetáculo que vos será proporcionado pelos gatunos, em vos tirando todas as peças do vestuário. O local é inesquecível e vos ficará na lembrança por anos e anos, ardendo como ferro em brasa. Não percais a grande oportunidade de assistir a ação dos gângters em plena escuridão, deixando-vos em sumários trajes de Adão. Entregai vosso dinheiro e ajudai nossas economias algo combalidas. Vinde turistas do mundo e ficareis pelados na Redenção”.

Nobre era testemunha: morava em um edifício da Avenida Osvaldo Aranha, entre as ruas Santo Antônio e Cauduro. Passados 60 anos, só piorou.

 

 

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