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Política Em investigação sobre passaporte, a Procuradoria-Geral da República pediu a prisão de Mauro Cid após familiares deixarem o País rumo aos Estados Unidos

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Cid é réu na ação penal da trama golpista, que está em análise pelo Supremo Tribunal Federal. (Foto: Ton Molina/STF)

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a prisão preventiva do tenente-coronel Mauro Cid após suspeitas que ele pudesse tentar fugir do País. Cid é réu na ação penal da trama golpista, que está em análise pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e firmou um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal. Ele não chegou a ser preso, mas foi alvo de buscas e apreensões e foi levado à depor nesta sexta-feira. Já o ex-ministro Gilson Machado, alvo da mesma investigação, foi detido em Recife nesta sexta-feira.

De acordo com documento obtido pelo jornal O Globo, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou um pedido ao STF no qual defendeu a decretação da prisão preventiva de Cid após a PF informar que quatro familiares de Cid deixaram o Brasil rumo aos Estados Unidos.

Segundo a PGR, a informação reforça uma possibilidade que vinha sendo apurada pelos investigadores de que Cid e o ex-ministro Gilson Machado — que foi alvo de um mandado de prisão nesta sexta-feira — vinham buscando formas de fazer com que ex-ajudante de ordens saísse do país. Segundo o jornal O Globo, a PF abriu uma investigação após o Machado procurar o Consulado Português em Recife.

Na manifestação em que pediu a prisão preventiva de Cid e de Gilson Machado, a PGR apontou que a proximidade do fim da análise do mérito da ação penal da trama golpista fazia com que fosse necessária a adoção de medidas mais duras, com o objetivo de garantir o cumprimento da lei.

Além da prisão preventiva, a PGR também pediu a Moraes autorização para realizar busca e apreensão pessoal contra Gilson e Cid, com a apreensão de documentos, anotações, registros, mídias, aparelhos eletrônicos e outros dispositivos de armazenamento de dados. A Procuradoria também pediu autorização para acessar equipamentos e dispositivos eletrônicos apreendidos no cumprimento das medidas, e a quebra de sigilo de eventuais dados bancários, fiscais, telefônicos e telemáticos.

Moraes voltou atrás

Como revelou a colunista Renata Agostini, a Polícia Federal estava prestes a prender Mauro Cid quando o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), avisou à cúpula do órgão que deveria aguardar porque a medida seria revogada em instantes. Agentes se preparavam para se dirigir à residência do ex-ajudante de ordens, no Setor Militar Urbano (SMU), em Brasília, mas foram avisados de que o mandado seria apenas para uma busca e apreensão.

Numa decisão emitida de madrugada, por volta da 1h, Moraes havia determinado que a PF fosse às ruas logo pela manhã para levar à prisão tanto Cid quanto o ex-ministro do Turismo Gilson Machado. Os dois são suspeitos de buscar uma forma de viabilizar a cidadania portuguesa para Cid, abrindo caminho para que ele deixasse o país. A decisão de Moraes atendia ao pedido da PGR, que fora avisada pela PF sobre a movimentação de familiares de Cid para fora do Brasil.

Após o mandado de Machado ter sido cumprido, Moraes decidiu mudar a ordem mirando Cid: em vez de preso, ele deveria prestar esclarecimentos à PF, o que ocorre nesta sexta-feira, e sua casa deveria ser revistada. Na busca, o aparelho celular de Mauro Cid foi apreendido.

Suspeita de obstrução

A Polícia Federal suspeita que o ex-ministro Gilson Machado Neto, preso nesta sexta-feira, atuou em maio deste ano para tentar obter um passaporte português para o tenente-coronel Mauro Cid e facilitar uma possível saída do país. A medida foi interpretada como uma possível tentativa de atrapalhar o andamento da ação penal da trama golpista, já que Cid é um dos réus. A Procuradoria-Geral da República (PGR) concordou com a suspeita e defendeu a abertura de uma investigação.

A PF reuniu indícios de que Gilson procurou o Consulado de Portugal em Recife, onde mora, para conseguir o passaporte de Cid, mas não teve sucesso. Houve a suspeita, contudo, de que ele poderia procurar outras embaixadas ou consulados com o mesmo objetivo, para que o tenente-coronel deixe o país.

A PGR considera que há “elemento sugestivos” de que Machado Neto atuou para atrapalhar o andamento da ação pena, e apontou que a atitude poderia configurar obstrução de investigação e favorecimento pessoal e defendeu a abertura de uma investigação.

“(As informações da PF) apresentam elementos sugestivos de que o Sr. Gilson Machado Guimarães Neto, que exerceu o cargo de Ministro de Estado do Turismo durante a gestão do então Presidente da República Jair Messias Bolsonaro, esteja atuando para obstruir a instrução da Ação Penal n. 2.688/DF e das demais investigações que seguem em curso”, escreveu o procurador-geral da República, Paulo Gonet, em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Para Gonet, essa atuação ocorreu “possivelmente para viabilizar a evasão do país do réu Mauro Cesar Barbosa Cid, com o objetivo de se furtar à aplicação da lei penal, tendo em vista a proximidade do encerramento da instrução processual”.

A ação penal 2.668 analisa uma suposta tentativa de golpe de Estado e tem Cid e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entre os réus.

Procurado na terça-feira, Machado negou que tivesse procurado o consulado em busca de um benefício para Cid.

“Estou surpreso. Nunca fui atrás de nada a respeito de Mauro Cid. Tratei do passaporte para o meu pai”, afirmou o ex-ministro. As informações são do jornal O Globo.

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