Domingo, 09 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de setembro de 2020
O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nessa terça-feira (8) que a intenção do governo brasileiro é começar a vacinar as pessoas a partir de janeiro do ano que vem. A declaração foi dada durante reunião ministerial a uma youtuber mirim que foi convidada pelo presidente Jair Bolsonaro para conversar com os ministros.
“Vai ter vacina e remédio pra todo mundo ou não vai?”, perguntou Esther, de 10 anos.
“Esse é o plano. A gente tá fazendo os contratos com quem está fazendo a vacina e a previsão é que essa vacina chegue para nós a partir de janeiro. Em janeiro do ano que vem, a gente começa a vacinar todo mundo”, disse.
Em junho, o Ministério da Saúde anunciou a produção de 30,4 milhões de doses da vacina contra covid-19 em parceria com a Universidade de Oxford, com investimento de US$ 127 milhões. O primeiro lote deve ser produzido em dezembro e o segundo em janeiro pela Bio-Manguinhos, laboratório da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
Segundo o ministério, as doses só serão ministradas após a finalização dos estudos clínicos e a comprovação da eficácia da vacina. O acordo anunciado prevê compartilhamento da tecnologia de produção da vacina com a Fiocruz.
O ministério, no entanto, já afirmou anteriormente que não será possível vacinar toda a população de uma vez e que haverá uma ordem de prioridade, a mesma que guia, atualmente, a estratégia de imunização da gripe. De acordo com a pasta, a maneira como será ministrada a vacina será definida a partir da comprovação de sua eficácia.
“Estamos falando de uma doença que afetou o mundo inteiro. Existe diferença entre o mundo ideal e o real. Temos 7 bilhões de pessoas no mundo e o ideal seria que vacinássemos o mundo inteiro. Infelizmente, não temos essa possibilidade. No Brasil, a estratégia que usamos é a da Influenza, uma estratégia em que a gente vai fazer uma cobertura vacinal para Influenza”, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, em agosto.
Suspensão
A farmacêutica AstraZeneca confirmou que fará uma pausa no estudo de sua vacina de covid-19, que desenvolve em parceria com a Universidade de Oxford, após um dos voluntários do teste ter sofrido um episódio de reação adversa no Reino Unido. A vacina está em teste também com voluntários no Brasil. Até o final da noite dessa terça, a divisão brasileira da AstraZeneca não havia se pronunciado sobre o assunto.
A informação sobre a pausa foi noticiada pelo site de conteúdo médico STAT, ligado ao jornal Boston Globe, com base em fontes de informação anônimas. Mais tarde, a empresa confirmou que fará a interrupção em nota enviada a diversos veículos de imprensa de língua inglesa, como a rede de TV NBC e o jornal Financial Times.
O imunizante de Oxford é um dos nove que já estão em testes de fase 3 (avaliação de eficácia em voluntários humanos) no mundo.
Segundo o STAT, ainda não se sabe a natureza da reação adversa que teria ocorrido nem quando ela teria ocorrido. Uma fonte do jornal afirmou que a paralisação ocorre por “cautela em abundância”.
Paralisações do tipo são comuns em testes clínicos, e o anúncio não significa de antemão que o teste da vacina possa ter sido comprometido. No Brasil, pelo menos 5 mil voluntários da área de saúde participam do estudo, 2 mil deles apenas no Estado de São Paulo.