Segunda-feira, 09 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 8 de junho de 2025
O presidente Lula (PT) cobrou no Fórum de Economia Azul e Finanças, em Mônaco, que instituições financeiras criem e ampliem políticas de preservação dos oceanos. “As instituições financeiras internacionais têm papel central a cumprir, insistimos na necessidade de contar com bancos multilaterais melhores, maiores e mais eficazes”, afirmou Lula nesse domingo (8).
O Fórum de Economia Azul e Finanças tem o objetivo de identificar e mobilizar soluções para apoiar a chamada economia azul – atividades econômicas marinhas e costeiras – e conservar os ecossistemas marinhos. Em seu discurso, o brasileiro lembrou que os oceanos também não recebem o “devido reconhecimento pelo que nos proporciona”.
“O ODS 14, dedicado à conservação e ao uso sustentável dos recursos marinhos, é um dos objetivos com menor financiamento de toda a Agenda 2030. O déficit para sua implementação é estimado em US$ 150 bilhões por ano”, destacou.
Enquanto isso, segundo o presidente, além de cumprir a função de principal regulador climático, pelo mar trafegam mais de 80% do comércio internacional e 97% das redes mundiais de dados, com uma geração econômica anual de US$ 2,6 trilhões. “Se fosse um país, o oceano ocuparia a quinta posição entre as maiores economias do mundo”, afirmou.
Segundo ele, é preciso concluir o instrumento vinculante para acabar com a poluição por plástico nos oceanos e avançar na ratificação do novo tratado para a biodiversidade nas águas internacionais. Lula lembrou também que a adoção, pela Organização Marítima Internacional, das metas vinculantes para zerar as emissões de carbono na navegação até 2050 promete multiplicar a demanda por energias renováveis e reduziria a dependência global de combustíveis fósseis.
Lula disse que é urgente “desburocratizar acesso a a fundos climáticos”. O presidente citou ainda metas adotadas pela Organização Marítima Internacional como zerar emissões de carbono na navegação até 2050 e o aumento da demanda por energias renováveis. Segundo o presidente, falta acordos para acabar, por exemplo, com a poluição por plástico nos oceanos e avançar em tratados de biodiversidade em águas internacionais.
O presidente destacou a importância do comércio internacional marítimo. “Se fosse um país, o oceano ocuparia a 5ª posição entre as maiores economias do mundo”, disse. O presidente afirmou que anualmente os oceanos mobilizam 2,6 trilhões de dólares, mas “não recebe o devido reconhecimento pelo que proporciona.
Apoio a países pobres
Lula também criticou a redução da assistência financeira de países mais ricos para apoiar o desenvolvimento econômico, ambiental e social de países mais pobres. Segundo Lula, em 2024, a Assistência Oficial ao Desenvolvimento (AOD) caiu 7%, enquanto as despesas militares cresceram 9,4%.
“Isso mostra que não falta dinheiro. O que falta é disposição e compromisso político para financiar”, disse Lula em sua participação no Fórum de Economia e Finanças Azuis, em Mônaco.
A AOD é definida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) como a ajuda oficial que visa promover o bem-estar econômico e social nos países em desenvolvimento, com o objetivo principal de alívio da pobreza. A assistência inclui tanto financiamento como a concessão de empréstimos, subvenções e outros recursos, diretamente pelos países ou por organismos multilaterais. É uma ferramenta importante para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).