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Brasil Em novas conversas vazadas na internet, o procurador Deltan Dallagnol relatou que desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região achava provas contra doleiro “fracas”

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Procurador (foto) estava preocupado com possibilidade de absolvição de Adir Assad antes de delação. (Foto: Fernando Frazão/ABr)

Em nova divulgação de conversas entre membros da força-tarefa da Operação Lava-Jato feita pela revista “Veja” em parceria com o site The Intercept, o procurador Deltan Dallagnol diz aos seus colegas que o desembargador João Pedro Gebran Neto, relator dos processos da operação na segunda instância, achava fracas as provas contra o doleiro Adir Assad durante o julgamento de um processo em 2017. Deltan pede para outro procurador sondar se Gebran tinha intenção de inocentar o réu.

Uma eventual absolvição do doleiro pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) preocupava o MPF (Ministério Público Federal) que, na época, negociava a delação premiada de Assad. O doleiro, condenado em primeira instância, acabou tendo a sentença confirmada pelo TRF-4 por 3 votos a 0.

A primeira menção a Gebran, segundo a “Veja”, aparece numa discussão sobre a delação de Assad no grupo de procuradores da Lava-Jato no aplicativo Telegram na tarde de 8 de fevereiro de 2017. “O Gebran tá fazendo o voto e acha provas de autoria fracas em relação ao Assad”, afirma Deltan.

Na madrugada de 5 de junho de 2017, numa conversa com o procurador Carlos Augusto da Silva Cazarré, Deltan relata que teve dois “encontros fortuitos” com o desembargador do TRF-4 e volta a citar a preocupação com as provas. “Falei com ele umas duas vezes, em encontros fortuitos, e ele mostrou preocupação em relação à prova de autoria sobre Assad”, escreveu o procurador. Deltan pede para o colega “sondar se absolverão Assad”:

“Se for esse o caso, talvez fosse melhor pedir para agilizar o acordo ao máximo para garantir a manutenção da condenação”, diz Deltan.

Cazarré responde que vai ver o que descobre: “Falei com ele (Gebran) há uns 2 meses, não achei q fosse absolver… Acho difícil adiar”. Deltan cita os encontros com Gebran e pede discrição ao colega procurador: “Só não menciona que comentei, para evitar ruído”.

No caso analisado pelo TRF-4, a defesa de Assad dizia que as empresas que teriam sido apontadas pelo MPF como recebedoras de propina haviam sido vendidas por Assad. Na primeira instância, o então juiz Sergio Moro concluiu que o doleiro permanecia no comando das companhias.

Em seu relatório, Gebran adiciona provas que não constavam na sentença feita por Moro: depoimentos do dono da UTC, Ricardo Pessoa. A delação do empresário ainda estava em sigilo quando Assad foi condenado em primeira instância. A colaboração do doleiro foi assinada dois meses depois, em agosto de 2017.

Dallagnol não quis se manifestar sobre o caso, segundo a “Veja”. O MPF também não se posicionou, mas, em relação às reportagens feitas com base no vazamento de mensagens obtidas pelo “The Intercept” tem dito que os procuradores têm sido vítima de crime:

“As supostas mensagens atribuídas a integrantes da força-tarefa são oriundas de crime cibernético e não puderam ter seu contexto e veracidade verificados. Diversas dessas supostas mensagens têm sido usadas, editadas ou descontextualizadas, para embasar falsas acusações que contrastam com a realidade dos fatos.”

Gebran respondeu às questões enviadas pela revista: “Em relação ao réu Adir Assad (ou qualquer outro réu), trata-se de questão processual e que somente autoriza manifestação nos autos, pelo que nunca externei opinião ou antecipei minha convicção sobre qualquer processo em julgamento.”

 

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