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Em novo depoimento, filho de Flordelis diz que recebeu mensagens do celular da mãe pedindo que o pastor fosse morto

Lucas, filho adotivo de Flordelis. (Foto: Reprodução)

Durante depoimento à Polícia Civil, Lucas Cézar dos Santos de Souza, filho adotivo da deputada federal Flordelis dos Santos de Souza e do pastor Anderson do Carmo, afirmou que, três meses antes do crime, recebeu mensagens enviadas do celular da própria mãe pedindo que ele matasse o pai. O rapaz relatou que era comum várias pessoas na casa usarem o telefone da pastora.

Lucas foi indiciado pela Polícia Civil por participação no crime. De acordo com a investigação, ele ajudou o irmão, Flávio dos Santos Rodrigues, a comprar a arma para executar o pastor mas não sabia que seria utilizada para o crime. Nesta sexta-feira (16), a morte do pastor Anderson completa dois meses.

O filho da deputada relatou aos agentes que horas após ter recebido as mensagens, ligou para o telefone da mãe e soube que a pastora não estava em casa, pois a ligação não foi atendida por ela. Ele contou que no mesmo dia esteve na residência da família e mostrou as mensagens para Flordelis, que ficou nervosa.

Lucas também revelou que na um dia antes de receber as mensagens, uma de suas irmãs adotivas, Marzy, lhe procurou e ofereceu R$ 5 mil para que ele matasse o pastor. Segundo ele, no início da conversa, a irmã afirmou que Anderson estava insuportável e ninguém mais o aguentava na casa. Lucas disse que se negou a fazer o que a irmã lhe pediu e alegou que não tinha por que fazer nada contra Anderson. O rapaz também relatou que durante a madrugada foi chamado na casa da família pela mesma irmã, que perguntou se ele “faria” o Anderson. Nessa ocasião, Lucas afirma que ela lhe ofereceu R$5 mil e afirmou que ele poderia ficar com os relógios do pastor. Ele se recusou a cometer o crime e afirma ter ficado desesperado, com medo que Anderson fosse morto e ele responsabilizado pelo crime.

Na noite dessa quinta (15), Lucas e Flávio foram denunciados pelo Ministério Público estadual pelo crime de homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima). Flávio é acusado de ter atirado contra o Anderson e confessou o crime, já Lucas nega envolvimento no assassinato. O inquérito da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo foi desmembrado para prosseguir com as investigações em relação a outras pessoas que podem ter envolvimento com o caso, entre elas Flordelis.

Em coletiva de imprensa realizada nessa quinta-feira, a delegada titular da DH Niterói, Bárbara Lomba, não descartou a participação da deputada na morte do marido. “O crime foi cometido em um ambiente familiar e há outros envolvidos (além de Flávio e Lucas) e há uma motivação final. O contexto todo da família está sendo investigado. E a deputada faz parte da família”, afirmou a delegada, que revelou ainda que a polícia acredita que a motivação do crime esteja relacionada a questão financeira: “De uma forma geral, o que há nesta altura da investigação é que a motivação seria por razões financeiras, de administração de bens. Então, isso seria uma das linhas. Então, uma das qualificadoras do crime seria por motivo torpe por essa razão”.

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