Sexta-feira, 06 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 5 de junho de 2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está na França, nesta semana. Em Paris, durante um encontro com a comunidade brasileira que reside no país, o petista afirmou que tem muito orgulho de ter sido eleito três vezes à Presidência da República.
Ponderou, contudo, que isto não seria possível em um regime parlamentarista.
Segundo Lula, o Congresso jamais o elegeria para o cargo de primeiro-ministro do Brasil.
“Se não fosse a democracia eu não tinha chegando nunca à Presidência da
República do meu País. Tem muita gente que fala que o parlamentarismo é melhor no Brasil. Mas eu jamais seria escolhido o primeiro-ministro dentro do Congresso Nacional. Então a única chance que eu tenho é o povo votar. Eu sou o único brasileiro que tenho três mandatos de Presidência da República eleito diretamente pelo povo. Isso me traz muito orgulho”, disse.
Além de Lula e sua comitiva, estiveram presentes no evento autoridades francesas, como Anne Hidalgo, prefeita de Paris.
Mercosul
O presidente Lula falou à imprensa nessa quinta-feira (5), em Paris, após se reunir com o presidente da França, Emmanuel Macron. Ao abrir o discurso, Lula afirmou que Macron o recebeu “com a hospitalidade que somente um grande amigo pode oferecer”.
Ao mesmo tempo, cobrou publicamente o apoio da França ao acordo comercial entre Mercosul e União Europeia (UE). Os franceses vêm adotando uma postura protecionista para resguardar seus produtores rurais, o que tem atrasado a implementação do acordo.
“Eu assumirei a presidência do Mercosul no próximo dia 6. Eu quero lhe comunicar que não deixaria a presidência do Mercosul sem concluir o acordo com a União Europeia. Portanto, meu caro, abra o seu coração para a possibilidade de fazer esse acordo com o nosso querido Mercosul”, disse.
“Esta é a melhor resposta que nossas regiões podem dar diante do cenário de incertezas criado pelo retorno do unilateralismo e protecionismo tarifário”, adicionou.
Lula afirmou que os dados da balança comercial atual mostram que Brasil e França regrediram em relação ao patamar de trocas registrado em 2012 – data da última visita de um presidente brasileiro (Dilma Rousseff, à época) à França.
“Não é possível que os valores registrados em 2024, 9 bilhões de dólares, sejam inferiores aos registrados em 2012. Significa que, no comércio, demos um passo atrás e é preciso agora dar dois passos à frente, como se estivesse dançando um bom bolero latino-americano”, disse. (Com informações da revista Veja)