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Brasil Em seu último mês, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou mais denúncias da Operação Lava-Jato do que em todo o ano de 2017

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O mandato da atual procuradora-geral da República, Raquel Dodge, vai até setembro. (Foto: José Cruz/ABr)

Em sua última sexta-feira como procurador-geral da República, Rodrigo Janot recebeu um presente inusitado. A procuradora Livia Tinoco, de Sergipe, entregou a ele um arco-e-flecha produzido por indígenas do Estado.

O instrumento se tornou símbolo do trabalho de Janot no comando do Ministério Público desde que, em julho, durante uma entrevista em um congresso para jornalistas, ele definiu estoicamente seu ofício. “Enquanto tiver bambu, lá vai flecha”, disse, em referência às denúncias contra políticos no âmbito da Lava-Jato.

O flecheiro Janot calibrou a artilharia especialmente no fim da gestão. Levantamento da BBC Brasil mostra que o procurador-geral se dedicou a limpar a gaveta nos últimos 30 dias: foram sete denúncias da Lava-Jato no período, contra apenas quatro no resto do ano de 2017.

Janot apresentou 35 denúncias contra políticos, incluindo duas que tiveram como alvo o presidente da República, Michel Temer. O levantamento considera apenas as denúncias relacionadas à Operação Lava-Jato.

“Até 17 de setembro, a caneta está na minha mão. No dia 18 não está mais. Ainda bem. Vou continuar neste ritmo que estou”, disse Janot em julho, poucos dias depois de Temer escolher a procuradora Raquel Dodge para sucedê-lo no posto.

A decisão de Temer quebrou uma tradição estabelecida no primeiro governo Lula e mantida desde então: tanto o petista quanto sua sucessora indicaram ao cargo o preferido entre os pares. Ao optar por Dodge, o governo gerou especulações de que ela pudesse, de alguma maneira, aliviar em relação aos políticos.

Temer e mais 80

A hiperatividade de Janot no fim de seu mandato sugere, no entanto, que ele não quis deixar à sucessora decisões sobre parte importante das investigações. Em seus últimos dias no cargo, Janot mirou a cúpula de três dos quatro maiores partidos do país. A narrrativa vinha sendo alinhavada pelo procurador desde o começo da Lava-Jato: PT, PMDB e PP seriam os “sócios majoritários” do esquema criminoso montado junto com empresas para superfaturar obras públicas e cobrar propinas.

Ao todo, mais de 80 pessoas são investigadas nos inquéritos que deram origem às denúncias dos últimos 30 dias. A maioria é de nomes da “Série A” da política brasileira. Ao denunciar as cúpulas dos três partidos acima, Janot vai para casa tendo concluído a primeira (e talvez a principal) linha de investigação da Lava-Jato.

Os primeiros a serem denunciados foram os integrantes do PP. Trata-se de um dos inquéritos mais antigos da Lava- Jato, criado ainda no começo de 2015, e um dos que tem mais investigados. A apuração sobre o PP começou ainda com o doleiro Alberto Youssef, que disse ter trabalhado como operador da distribuição de propinas cobradas pelo ex-deputado José Janene (1955-2010). O partido nega irregularidades.

Em seguida, foi a vez dos petistas: Lula, Dilma Rousseff, a atual presidente do PT, a senadora Gleisi Hoffmann e mais cinco pessoas foram acusadas de corrupção e de formação de quadrilha.

Por fim, apresentou duas denúncias separadas para o PMDB: uma dedicada aos senadores do partido, e outra aos deputados. Na primeira, o ex-presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o ex-presidente da República José Sarney e mais cinco pessoas foram acusadas de desviar 5,5 bilhões de reais.

Na última quinta-feira, Michel Temer e mais seis pessoas foram denunciadas como integrantes de uma organização criminosa, que Janot apelidou de “PMDB da Câmara”. O presidente qualificou a denúncia como uma peça de “realismo fantástico”. Os demais peemedebistas igualmente negam ter cometido os crimes apontados por Janot. (BBC Brasil)

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