Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 28 de outubro de 2018
Eleito presidente da República neste domingo, Jair Bolsonaro colecionou declarações polêmicas ao longo de sua carreira política. Confira frases polêmicas do capitão reformado, apontadas pela Deutsche Welle, uma emissora internacional da Alemanha.
Ditadura e tortura
“Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff […] o meu voto é sim” (2016)
Em votação na Câmara em abril de 2016, Bolsonaro se posicionou a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff com uma homenagem ao coronel Brilhante Ustra, reconhecido pela Justiça como torturador durante a ditadura militar.
Fechar o Congresso
“A atual Constituição garante a intervenção das Forças Armadas para a manutenção da lei e da ordem. Sou a favor, sim, de uma ditadura, de um regime de exceção, desde que este Congresso dê mais um passo rumo ao abismo, que no meu entender está muito próximo” (1999)
Discurso na tribuna da Câmara, em 1999. No mesmo ano, questionado pela Band se fecharia o Congresso caso fosse presidente, Bolsonaro disse: “Não há a menor dúvida[…] O Congresso hoje em dia não serve para nada.”
Oposição
“Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre. Vou botar esses picaretas para correr do Acre. Já que gosta tanto da Venezuela, essa turma tem que ir para lá” (2018)
Bolsonaro falava em ato de campanha em Rio Branco em setembro. Com o tripé de uma câmera de vídeo, ele simulou segurar um fuzil e disparar tiros. Questionado por jornalistas mais tarde, defendeu ter se tratado de “figura de linguagem, hipérbole”.
Segurança pública
“[O policial] entra, resolve o problema e, se matar 10, 15 ou 20, com 10 ou 30 tiros cada um, ele tem que ser condecorado, e não processado” (2018)
Em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, em agosto, o então candidato reforçou seu entendimento, justificando que criminoso “não é ser humano normal”.
Religião
“Somos um País cristão. Não existe essa historinha de Estado laico, não. O Estado é cristão. Vamos fazer o Brasil para as maiorias. As minorias têm que se curvar às maiorias. As minorias se adequam ou simplesmente desaparecem” (2017)
O discurso, gravado em vídeo e publicado no YouTube, foi feito durante um evento na Paraíba em fevereiro de 2017.
Mulheres
“Eu jamais ia estuprar você porque você não merece” (2003 e 2014)
A frase foi dirigida à deputada Maria do Rosário (PT-RS), primeiro durante uma discussão nos corredores da Câmara em 2003, depois repetida em 2014, dessa vez na tribuna da Casa.
Gays
“Para mim é a morte. Digo mais: prefiro que morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí. Para mim ele vai ter morrido mesmo” (2011)
Em entrevista à revista Playboy, Bolsonaro afirmou que seria incapaz de amar um filho homossexual.
Aids
“O cara vem pedir dinheiro para mim, para ajudar os aidéticos. A maioria é por compartilhamento de seringa ou homossexualismo. Não vou ajudar porra nenhuma! Vou ajudar o garoto que é decente” (2011)
A declaração foi feita em entrevista à revista Playboy.
Indígenas
“Ele devia ir comer um capim ali fora para manter as suas origens” (2008)
Ele se referia ao índio Jacinaldo Barbosa, que lhe jogou um copo de água durante uma audiência pública na Câmara para discutir a demarcação da reserva indígena Raposa/Serra do Sol.
Negros
“Fui num quilombola [sic] em Eldorado Paulista. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Acho que nem para procriadores servem mais” (2017)
A afirmação, em palestra no Clube Hebraica, no Rio, rendeu a ele uma denúncia apresentada pela PGR pelo crime de racismo e discriminação.
Políticas afirmativas
“Quem usa cota, no meu entender, está assinando embaixo que é incompetente. Eu não entraria num avião pilotado por um cotista. Nem aceitaria ser operado por um médico cotista” (2011)
Em entrevista ao programa CQC, da Band, ele afirmou ser contra cotas raciais por entender que o ingresso em universidades e concursos públicos deve ser por mérito. Em julho deste ano, no programa Roda Viva, da TV Cultura, ele reafirmou sua posição, negando que haja uma dívida histórica do Brasil com os afrodescendentes.
Imigrantes
“A escória do mundo está chegando ao Brasil como se nós não tivéssemos problema demais para resolver” (2015)
Ele se referia aos “marginais do MST, dos haitianos, senegaleses, bolivianos e tudo que é escória do mundo” que tem pedido refúgio ao Brasil.
Direitos humanos
“Se eu chegar lá, não vai ter dinheiro para ONG. Esses inúteis vão ter que trabalhar” (2017)
A declaração gerou polêmica durante sua palestra no Clube Hebraica, no Rio. Antes, em 2015, ele já afirmara que, se um dia fosse eleito presidente, “o pessoal da Anistia Internacional não mais interferiria na vida interna do país”.
Auxílio-moradia
“Como eu estava solteiro na época, esse dinheiro do auxílio-moradia eu usava para comer gente” (2018)
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo em janeiro, o então candidato respondia a um questionamento sobre o auxílio-moradia que recebia da Câmara, mesmo tendo imóvel próprio em Brasília.