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Por Redação O Sul | 4 de dezembro de 2017
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia nesta segunda-feira (04) a mais difícil etapa de suas viagens pelo Brasil neste ano. Em sua terceira caravana em 2017, Lula irá ao Espírito Santo e Rio de Janeiro, Estados do Sudeste onde o PT está mais debilitado. A comitiva está preparada para enfrentar manifestações, especialmente dos eleitores do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC).
Segundo a última pesquisa Datafolha, na Região Sudeste a vantagem de Lula sobre Bolsonaro é de apenas seis pontos percentuais, de 27% a 21%. Nacionalmente, a diferença chega a 18 pontos.
O Rio de Janeiro é o domicílio eleitoral de Bolsonaro. Desgastado no Estado, o PT deve lançar o ex-ministro Celso Amorim ao Palácio Guanabara. Em frangalhos no Espírito Santo, a sigla nem sequer terá candidato a governador do Estado. Diferentemente do que se deu no Nordeste, em agosto, e em Minas Gerais, em outubro, Lula não será recepcionado por governadores.
No Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB) tem apoio de fatia de PT, mas, em 2014, apoiou Aécio Neves (PSDB) nas eleições para a Presidência da República. No Rio, o PT nem pensa em se aproximar do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB).
Apesar do risco de hostilidade, petistas consideram fundamental a investida na Região Metropolitana do Rio. Pesquisas do PT revelam um avanço de Bolsonaro sobre a Baixada Fluminense, onde Lula ainda exerce liderança e passará um dia.
No comando petista, a viagem é vista como ensaio para a chegada ao Sul. Segundo o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), “seria um erro limitar a caravana a regiões onde o partido é mais forte”. “Na primeira etapa, fomos a lugares lulistas. Agora, vamos a um terreno de maior disputa. Para mim, é a etapa mais importante. E a vinda de Lula tem impacto muito grande”, disse.
Para o deputado federal Givaldo Vieira (PT-ES), “a presença de Lula extrapola o PT” por fortalecer setores da esquerda em um Estado de grande eleitorado conservador. “Precisamos quebrar essa barreira”, afirmou o parlamentar.
Gleisi
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), afirmou no domingo (03) que a consolidação de Lula em primeiro lugar na corrida presidencial de 2018 se deve “aos resultados de seu governo” e que os críticos ao ex-presidente migraram o voto para Bolsonaro (PSC) por considerá-lo o candidato “com mais condições de vencer” o petista.
“As pessoas analisam o que elas já viveram e comparam. Elas tinham renda e emprego, hoje voltou a pobreza e a miséria”, disse Gleisi. Para ela, Lula é a opção oposicionista ao governo de Michel Temer que tem “a confiança do povo”. “Se é para ser crítico ao atual governo, melhor que seja alguém que já fez, que já governou”, completou a senadora.
“É importante deixar claro que Lula não tem unanimidade. Os contrários ao Lula migram para Bolsonaro porque veem que ele é o candidato que combate Lula que hoje tem mais condições de ganhar. Querem ser um eleitor útil”, argumentou a senadora.