Sábado, 11 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de novembro de 2015
Após três anos seguidos de baixo crescimento e recessão, com aumento de desemprego, a dívida pública bruta saltará fortemente, deixando o governo mais dependente de um ajuste fiscal para evitar uma crise mais grave. Essa descrição, usada para explicar as turbulências dos últimos anos na Europa, deverá servir ao Brasil.
O próprio governo admitiu ao Congresso que a dívida pública bruta chegará a quase 72% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2016. Haverá um salto de quase 20 pontos percentuais da dívida pública em apenas três anos – em dezembro de 2013, ela representava 53,2% do PIB.
Para o economista Luis Eduardo Assis, ex-diretor do BC (Banco Central), o risco para o Brasil é se aproximar da realidade de países como Itália, Espanha e Portugal, que viram sua dívida pública subir muito em poucos anos e hoje convivem com baixo crescimento. “A diferença é que eles já enriqueceram, nós não. O risco aqui não é mesmo o de uma explosão, como na Grécia, mas de uma mediocridade de crescimento por muitos anos”, disse.
Para o coordenador de Economia da Fundação Getulio Vargas em São Paulo, Nelson Marconi, o baixo crescimento e alta do endividamento é semelhante ao de países europeus, mas, no limite, o Brasil se salva pelo fato de a dívida ser lastreada em moeda nacional. (AE)