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Mundo Embarcações da “frota fantasma” de Putin abastecem o Brasil com combustível russo há três anos

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O País virou um porto seguro para a frota de Putin.

Foto: Reprodução
O País virou um porto seguro para a frota de Putin. (Foto: Reprodução)

Navios-tanque da chamada “frota fantasma” da Rússia abastecem o Brasil com combustíveis de origem russa desde 2022, ano em que o país comandado por Vladimir Putin invadiu a Ucrânia.

Uma investigação identificou que o fluxo destes navios em direção ao Brasil continua mesmo depois que governos como o dos Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia impuseram sanções econômicas contra essas embarcações.

Não foi possível identificar as empresas que importaram o combustível trazido pela “frota fantasma”, porque essa informação é protegida por sigilo fiscal. No entanto, a BBC News Brasil, que está à frente das investigações, conseguiu rastrear e identificar os principais terminais portuários que receberam esses produtos. Eles ficam nos portos de Paranaguá e de Santos.

“Frota fantasma” é o nome usado por especialistas e autoridades americanas e europeias para designar um conjunto de navios-tanque usado para exportar combustíveis russos depois que a Rússia passou a ser alvo de sanções internacionais por conta da guerra na Ucrânia. Atualmente esses navios estão sob sanção dos Estados Unidos, Reino Unido, União Europeia, dentre outros países.

O termo “fantasma” se deve ao fato de que elas adotarem uma série de manobras para dificultar a identificação de seus verdadeiros donos e até mesmo as rotas usadas em alto-mar.

Segundo governos de países ocidentais, esta frota ajuda a driblar as sanções e a manter o fluxo de recursos que financia a ação militar russa por meio do comércio de petróleo e derivados.

Ao todo, a investigação da BBC News Brasil identificou 36 navios da “frota fantasma” russa operando na costa brasileira após cruzar dados de operações portuárias realizadas em terminais de norte a sul do país com as listas de navios sancionados pelos governos de Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia.

Como o Brasil não aderiu às sanções internacionais ao combustível russo, o País virou um porto seguro para a frota de Putin. Juntas, estas embarcações russas transportaram 17% de todo o combustível que o Brasil importou do país no período.

Especialistas apontam que a operação destes navios traz riscos econômicos, diplomáticos e ambientais. Do ponto de vista ambiental, o principal perigo são os possíveis acidentes.

“Os navios da frota fantasma são mais antigos, nem sempre navegam com todos os seguros necessários e seus donos são difíceis de rastrear. Caso aconteça algum acidente, a cobrança pelos prejuízos seria muito difícil”, diz o professor do Instituto de Oceanografia da Universidade de São Paulo, Alexander Turra.

“Como esses navios operam com o AIS [sistema automático de identificação] desligado, é muito difícil a gente responsabilizar um navio que, por exemplo, seja responsável por um vazamento em alto mar. Foi o que aconteceu com aquele vazamento que atingiu a costa brasileira em 2019. O navio responsável não usava o AIS e nunca conseguimos identificar os responsáveis.”

Nos campos diplomático e econômico, os riscos também são significativos, afirmam os especialistas.

“Qualquer empresa que estiver fazendo negócios com essas embarcações trazendo combustíveis da Rússia está financiando a invasão ilegal da Rússia”, diz Benjamin Schmitt, da Universidade da Pensilvânia.

A maior parte das atracações dos navios “fantasmas” russos no Brasil aconteceu antes de serem sancionados internacionalmente, mas os dados obtidos pela reportagem mostram que portos brasileiros receberam pelo menos seis navios transportando combustíveis russos após eles terem sido sancionados. O registro mais recente aconteceu em julho.

De acordo com os especialistas, a operação dessas embarcações nos portos brasileiros pode atrair eventuais sanções de países como os Estados Unidos, assim como aconteceu com a Índia, sancionada no início de agosto pelo governo de Donald Trump por suas compras de combustível russo.

A Rússia é responsável por aproximadamente 60% de todo o diesel importado pelo Brasil e, desde 2023, se tornou o principal fornecedor do combustível importado pelo país.

A Marinha, responsável pela segurança da costa brasileira, afirmou adotar mecanismos para identificação e monitoramento da “frota fantasma”, mas informou que nunca recebeu nenhum tipo de orientação para impedir sua atracação nos portos do País.

A Polícia Federal também disse que “não recebeu qualquer orientação relacionada ao tratamento diferenciado para embarcações sancionadas por países como os Estados Unidos da América, o Reino Unido e a União Europeia, ou qualquer outro país, em decorrência da guerra na Ucrânia entre 2022 e 2025”.

 

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