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Política Embora fosse muito combativa, a vereadora assassinada no Rio tinha uma doçura que ajudava a contornar crises e a lidar com antagonistas

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Marielle foi assassinada no Rio no dia 14 de março. (Foto: Reprodução)

Leonina típica, Marielle Franco era uma militante conhecida por sua capacidade de ação. Mais do que os discursos de impacto, tão comuns na política, ela se destacava pela capacidade de liderança e pela facilidade em tirar do papel o que era dito em atos públicos e campanhas. Fazia acontecer. Mediava conflitos, mantinha os ânimos dos correligionários e era considerada alguém que tomava à frente de situações tensas. Embora fosse muito combativa, Marielle tinha uma doçura que a ajudava a contornar crises e a lidar até mesmo com eventuais antagonistas de tribuna.

Um bom exemplo dessas características ocorreu em 2010. O clima era tenso no Complexo da Maré — onde a vereadora, assassinada na última quarta-feira, era nascida e criada. Em meio a uma guerra de facções, que já tinha um saldo de dezenas de mortes, os moradores decidiram organizar um protesto contra a situação. Marcharam com Marielle à frente, seguidos por criminosos armados. A presença dos traficantes assustou moradores e militantes de movimentos sociais que participavam do ato e ameaçavam debandar. Mas a postura firme da então assessora parlamentar na Assembleia Legislativa manteve a mobilização até o fim.

“Fomos caminhando seguidos por homens com fuzis nas mãos. Uma situação muito tensa. Lembro dela com o megafone na mão puxando as palavras de ordem. Marielle era assim, encorajava todos a sua volta”, conta a jornalista Paula Mairan, que trabalhou com Marielle no mandato do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL).

Para amigos e companheiros de militância, a parlamentar tinha o dom de circular entre diversos grupos. Talíria Petrone, hoje vereadora pelo PSOL em Niterói, conheceu Marielle em 2010, quando foi dar aulas em um pré-vestibular comunitário da Maré. Ela participou da manifestação de 2010 e de muitas outras, como uma vigília realizada após a chacina ocorrida na comunidade, em 2013.

“A Mari era uma excelente mediadora de conflitos. Ela era pura coragem, mas agia com responsabilidade. Por isso, conseguia liderar os processos de luta. Era ousada, ao mesmo tempo em que fazia as coisas sem incendiar situações tensas”, explica.

Amiga de Bolsonaro

A obstinação, contudo, não deixava de lado o bom humor. Conhecida na Câmara dos Vereadores pelo comportamento festivo, afeito a piadas e brincadeiras, ela liderou o apoio da Casa à campanha contra o assédio no carnaval. Fantasiada, foi às ruas distribuir material de divulgação da campanha “não é não”, encampada pelo movimento feminista, do qual era uma voz importante. O bom humor permitia situações improváveis, como a camaradagem com Carlos Bolsonaro (PSL), vereador com posições opostas às de Marielle. Jorge Fernandes, chefe de gabinete de Bolsonaro, lembra de episódios curiosos entre os dois.

“Ela era muito espontânea com todo mundo. Abraçava o Carlos. Quando ele passava, ela brincava, chamava ele de “ô lindão”, “ô gostosão”, conta o servidor da Câmara.

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