Sexta-feira, 30 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 28 de maio de 2025
Em abril, o Brasil gerou 257.528 vagas de emprego com carteira assinada, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nessa quarta-feira (28) pelo Ministério do Trabalho. O resultado ficou acima das projeções de analistas, que estimavam a criação de 170 mil postos formais no mês.
O número ficou acima do registrado no mesmo mês do ano passado, quando foi registrada a criação de 239.886 novos postos de trabalho.
No período deste ano, foram registradas 2.282.187 admissões e 2.024.659 desligamentos, resultando em um saldo positivo de vagas. No acumulado de 12 meses, entre maio de 2024 e abril deste ano, foram abertas 1.641.330 vagas. Já no acumulado do ano, de janeiro a abril, o saldo é de 922.362 empregos formais.
O salário médio real de admissão em abril foi de R$ 2.251,81, uma alta de R$ 15,96 em relação ao mês anterior (R$ 2.235,85).
Os dados fazem parte do Novo Caged, sistema do governo que acompanha as admissões e demissões de trabalhadores com carteira assinada e serve de referência para políticas públicas no mercado de trabalho.
O economista-chefe do Bmg, Flávio Serrano, destaca que o resultado supero “e muito” as projeções de analistas – a própria Bmg estimava a criação de cerca de 180 mil postos para este mês.
“Pela segunda vez no ano, o Caged superou (e muito) as projeções dos analistas, reforçando a visão de que o mercado de trabalho continua aquecido no Brasil”, disse.
Serrano também pontuou que a dinâmica “extremamente robusta” do mercado de trabalho segue sendo um contraponto ao cenário de desaceleração da atividade econômica.
“O dado de hoje, aliado a outras informações sobre o mercado de trabalho, como taxa de desemprego e rendimento médio real, segue sendo um desafio para o Banco Central na condução da política monetária. Ainda assim, esperamos que o Copom (Comitê de Política Monetária) mantenha a taxa básica de juros inalterada na reunião de junho, que acontecerá nos dias 17 e 18 do próximo mês.”
Para o economista Rodolfo Margato, da XP, os dados reforçam a perspectiva de um mercado de trabalho aquecido e podem levar a uma revisão para cima nas projeções do PIB de 2025.
“Em suma, o emprego formal mais uma vez surpreendeu positivamente, corroborando as perspectivas robustas do mercado de trabalho. Reiteramos nossa estimativa de crescimento de 2,3% para o PIB, com viés positivo”, avaliou.
Ele também avalia que apesar do bom desempenho no emprego, os salários reais ainda mostram sinais mistos.
“O rendimento médio de admissão caiu 0,5% em termos reais, o que sugere que ainda há pressões inflacionárias sobre o poder de compra”, afirmou.
Margato acredita que ainda é cedo para afirmar que a renda real iniciou uma trajetória sustentada de crescimento. Para o ano, ele projeta a criação de 1,45 milhão de empregos formais.
Setores que mais contrataram
No acumulado do ano, todos os cinco grandes grupamentos de atividades econômicas registraram saldo positivo. O maior crescimento ficou para o setor de serviços, com saldo de 136.109 postos formais de trabalho.
– Serviços (+136.109);
– Comércio (+48.040);
– Indústria (+35.068);
– Construção (+34.295) e,
– Agropecuária (+4.025).
As informações são do jornal O Globo.