Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 12 de março de 2017
Um executivo e um ex-diretor da Andrade Gutierrez afirmaram, em negociação de acordo de delação premiada com a Operação Lava-Jato, que a empreiteira pagava propina para que o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo não apontasse problemas em licitações e contratos de obras, sobretudo os do metrô da capital paulista.
O órgão é responsável por decidir se as licitações e contratos do governo paulista são regulares ou não. Um dos relatos diz que a empresa pagava o correspondente a 1% do valor do contrato que estava sob análise do tribunal para Eduardo Bittencourt Carvalho, ex-conselheiro do órgão.
O valor era entregue em dinheiro vivo para representantes do conselheiro, segundo um candidato a delator. Bittencourt foi afastado do tribunal pela Justiça no final de 2011 sob a acusação de enriquecimento ilícito: ele acumulou um patrimônio de R$ 50 milhões quando era conselheiro, incompatível com o salário que recebia, segundo a acusação do Ministério Público aceita pela Justiça.
Ele conseguiu voltar ao cargo em 2012 por decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e aposentou-se em seguida. Segundo o relato de um dos candidatos a delator nas novas negociações da Andrade com o Ministério Público Federal, Bittencourt afirmava que o dinheiro era dividido com os outros conselheiros.
Os conselheiros do Tribunal de Contas de SP negam que tenham recebido recursos ilícitos da empreiteira. Em nota, a Corte afirmou: “O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo desconhece o teor das declarações e está à disposição para prestar quaisquer informações que possam contribuir para o esclarecimento dos fatos”. (Folhapress)