Segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de janeiro de 2016
Depois de acertar o pagamento de 804 milhões de reais em indenizações por seu envolvimento na Operação Lava-Jato, a construtora Camargo Corrêa passou a estimular seus funcionários a confessarem possíveis crimes como suborno de políticos ou servidores federais e fraudes em licitações.
Até o dia 19 de fevereiro, funcionários e ex-empregados que colaborarem na identificação dos fatos investigados na Lava-Jato, como corrupção na Petrobras e em obras públicas, receberão a garantia de que não serão processados pela empresa e nem demitidos por justa causa.
A empreiteira também se comprometeu a pagar advogados para que seus profissionais negociem acordos de colaboração com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e o MPF (Ministério Público Federal).
Em nota, a Camargo Corrêa frisou que os relatos deverão ser feitos “diretamente a consultores especializados e independentes”.
O incentivo a essa “delação premiada” faz parte de um programa para aprimorar o controle interno da construtora e antecipar a possível descoberta de irregularidades, antes que venham a ser apontadas por outras empresas, além de tentar melhorar a imagem da companhia.
Única grande empreiteira a confessar a participação em esquemas de propina na Petrobras e no setor elétrico, em 2015 a Camargo Corrêa fechou acordos de leniência com o MPF e o Cade. A iniciativa repete a da indústria alemã Siemens, que no passado adotou postura semelhante ao ser apanhada por irregularidades. (Folhapres)