Segunda-feira, 29 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 9 de junho de 2017
O dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, confirmou ao juiz federal Sérgio Moro ter realizado pagamentos em espécie ao ex-gerente da Petrobras Roberto Gonçalves, sucessor de Pedro Barusco na diretoria de serviços da estatal. Em depoimento por videoconferência, nessa sexta-feira, o empreiteiro disse que pagou cerca de 300 mil reais ao operador Mário Goes em um bar no Centro do Rio de Janeiro, próximo à Universidade Cândido Mendes.
“Paguei propinas a Gonçalves. Foram algumas parcelas em espécie, de cerca de 5 milhões de reais aqui no Rio”, contou Pessoa, acrescentando que os valores dos repasses foram divididos entre Barusco e Gonçalves.
O dono da UTC prestou depoimento como testemunha de acusação na ação em que Gonçalves é réu na Operação Lava-Jato sob a acusação de receber propinas no esquema de corrupção da Petrobras. A denúncia indica que executivos das empreiteiras Odebrecht e UTC pagaram 56 milhões de reais em propinas a e Roberto Gonçalves e a Renato Duque, ex-diretor da Petrobras.
Gonçalves responde por corrupção, lavagem de dinheiro e pertinência à organização criminosa. Duque já foi condenado em ação sobre as propinas que recebeu durante seu período na estatal. Os valores indevidos foram requisitados em dois contratos celebrados pela Petrobras em duas obras diferentes no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).
O primeiro contrato, com o consórcio Pipe Rack (Odebrecht, UTC, Mendes Junior), teria rendido uma propina de 18,5 milhões de reais. No segundo, obtido pelo consórcio TUC (Odebrecht, UTC e PPI), os valores chegaram a 38 milhões de reais. Moro dispensou da audiência o depoimento do doleiro Alberto Youssef. O juiz aceitou manifestação da defesa que entendeu que depoimentos de Youssef prestados em ações anteriores poderiam ser aproveitados.