Segunda-feira, 15 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de setembro de 2025
A Embraer espera atingir em 2028 o nível de 100 entregas de aeronaves comerciais por ano, disse seu presidente-executivo à Reuters, acrescentando que problemas na cadeia de suprimentos provavelmente impedirão a fabricante brasileira de atingir essa marca antes.
A terceira maior fabricante de aviões do mundo aumentou as entregas anuais desde 2021, como parte da recuperação da crise do setor desencadeada pela pandemia. A empresa prevê entre 77 e 85 entregas de jatos comerciais este ano, ante 73 em 2024.
O presidente-executivo da companhia, Francisco Gomes Neto, já havia alertado anteriormente que problemas na cadeia de suprimentos continuariam limitando os planos de produção da Embraer, que alcançou pela última vez a marca de 100 entregas em um único ano em 2017.
“O ano de 2026 ainda será mais desafiador para a produção de jatos comerciais”, afirmou ele em entrevista na quarta-feira. “Mas a partir de 2027, retomaremos nosso plano forte de crescimento, e esperamos atingir 100 aviões comerciais entregues por ano em 2028.”
No ano passado, a Embraer enfrentou atrasos no fornecimento de motores para seus jatos E2, a geração mais recente de aeronaves comerciais da companhia. Embora a situação tenha melhorado, a empresa agora enfrenta problemas com peças de fuselagem vindas da Europa e motores dos jatos E1, de primeira geração, segundo Gomes Neto.
“O intervalo que temos dado para o mercado tem permitido entregar o que prometemos, apesar das dificuldades na cadeia de suprimentos”, disse o executivo. “A Embraer continuará crescendo. Temos pedidos para entregar, não falta venda. Nossa carteira e slots de produção estão praticamente fechados para 2026 e 2027, e parcialmente para 2028. O desafio real é entregar os aviões.”
Os comentários foram feitos após a Embraer anunciar, na quarta-feira, um pedido firme de 50 aeronaves E195-E2 pela companhia aérea norte-americana Avelo Airlines, o primeiro acordo nos EUA envolvendo jatos E2.
A Embraer já havia recebido pedidos este ano de clientes como a japonesa ANA e a Scandinavian Airlines (SAS), que adquiriram jatos E2, além da americana SkyWest, que encomendou aeronaves E1.
Mais pedidos de jatos E2 são esperados para este ano, segundo Gomes Neto, já que diversas campanhas de vendas estão em andamento. Os jatos E1, que atendem quase exclusivamente o mercado norte-americano, não devem registrar novas vendas em 2025.