Quarta-feira, 10 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de dezembro de 2025
O empréstimo de um consórcio de bancos aos Correios deve sair na próxima semana, apurou o Estadão/Broadcast com pessoas que acompanham as negociações. Segundo esses interlocutores, o montante deve ficar entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões, e a taxa de juros ficará próxima a 120% do CDI. Esse nível é normalmente o teto para operações com garantia do Tesouro Nacional.
As negociações ganharam fôlego após a entrada da Caixa Econômica Federal no rol de instituições dispostas a emprestar os recursos, como antecipou a Coluna do Estadão. A cúpula do banco público decidiu participar do processo após o Tesouro reprovar um empréstimo de R$ 20 bilhões ofertado por cinco bancos.
A taxa de juros cobrada, de 136% do CDI, foi considerada excessiva para uma operação com garantia. Na ocasião, o Tesouro informou que não daria aval para uma taxa acima de 120% do CDI.
Negociação avançada
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a negociação para um empréstimo de bancos aos Correios estava avançada. Ele reconheceu que ainda há a chance de o governo fazer um aporte direto na estatal, dentro do arcabouço fiscal, mas apenas se não fosse possível chegar a um acordo com o pool de bancos que vai financiar a reestruturação da empresa.
“Não é o que está no radar nesse momento”, disse Haddad a jornalistas, na portaria do Ministério da Fazenda, em Brasília. “Uma vez que tem havido conversas que avançaram, o que a gente quer é o (empréstimo com) aval do Tesouro, e a questão de reestruturação sério.”
Prejuízo bilionário
Com prejuízo acumulado de R$ 6,05 bilhões no ano até setembro, os Correios tentam um empréstimo bilionário para cobrir o rombo no balanço até dezembro de 2026, financiar um Programa de Demissão Voluntária (PDV), fazer investimentos, rolar dívidas e regularizar pendências com fornecedores.
Como mostrou o Estadão, para voltar a ter lucro em 2027, os Correios terão de passar por uma reestruturação que requer um ajuste entre R$ 6 bi a R$ 8 bilhões no seu orçamento anual, entre cortes de gastos e aumento de receitas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.