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Por Redação O Sul | 13 de abril de 2016
O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) seleciona mais de um quinto dos universitários do País. Apesar de o vestibular tradicional ainda liderar os processos de seleção, segundo o último Censo da Educação Superior, de 2014, o exame foi usado nesse ano para selecionar 525.482 do total de 2.383.110 que ingressaram no ensino superior, nas graduações presenciais, o que equivale a 22% dos novos alunos.
O vestibular, na liderança, selecionou 1.669.161 estudantes. As avaliações seriadas, 12.538. Embora seja computado nos microdados do censo, em 2014 foi a primeira vez que o dado foi divulgado na Sinopse, mais acessível. O censo mostra que do total de estudantes que entraram no ensino superior com o Enem, 219.479 foram aprovados em instituições públicas e 306.003 em particulares. As federais lideram o percentual de vagas ocupadas por aqueles que fizeram o exame nacional – 202.649 entraram com a nota no Enem –, o que equivale a 65% dos 311.536.
Os dados do censo mostram que o ingresso pelo Enem cresce ano a ano. Em 2010, 244.362 ingressaram pelo Enem, o que representava 13,6% dos 1.801.901 ingressantes. Em 2013, a seleção já estava próxima ao patamar atual – o Enem selecionou 21,2% dos 1,9 milhão de novos alunos.
Entre as particulares, no entanto, o exame ainda é pouco usado para a seleção, além dos programas governamentais como o ProUni (Universidade para Todosi) – que oferece bolsas de estudo – e o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), disse o diretor executivo da Abmes (Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior), Sólon Caldas. Em 2014, 16,3% dos estudantes entraram pelo Enem.
De acordo com Caldas, o fato de o exame ser realizado apenas uma vez no ano e a demora na divulgação do resultado dificultam o processo de matrícula nas instituições. “Quando a instituição faz um vestibular tradicional, ela determina a data do vestibular e da matrícula. Quando a seleção é feita por meio do Enem, tem que esperar o resultado. A instituição não tem controle sobre ele, é o governo que determina”, acrescentou.
No ano passado, o MEC (Ministério da Educação) anunciou a intenção de tornar o Enem on-line, o que possibilitaria que a prova fosse aplicada mais de uma vez por ano. A ideia ainda não saiu do papel. Segundo Sólon, isso aumentaria a adesão das particulares ao exame.
O Enem foi criado em 1998 pelo MEC, como um teste para avaliar as competências desenvolvidas ao longo da educação básica. Em 2009 foi reformulado. Atualmente, a nota do Enem é usada no Sisu, na seleção para bolsas na educação superior privada por meio do ProUni e vagas gratuitas nos cursos técnicos oferecidos pelo Sisutec (Sistema de Seleção Unificada da Educação Profissional e Tecnológica).
O resultado do exame também é requisito para receber o benefício do Fies e participar do programa Ciência sem Fronteiras. Para pessoas maiores de 18 anos, o Enem pode ser usado como certificação do ensino médio. (ABr)