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Brasil A energia elétrica, a gasolina e os alimentos vão pesar mais no bolso em 2018

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É preciso equilibrar o orçamento. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

Em 2017, os alimentos deram uma trégua no orçamento do brasileiro, com uma queda inédita de 5,3% no acumulado em 12 meses até novembro. Este ano, porém, o comportamento benéfico destes produtos consumidos em casa, que foram os verdadeiros “mocinhos” da inflação, não deve se repetir. As previsões apontam que a safra de grãos em 2018 deve ser quase 10% inferior à colheita recorde do ano anterior. Além da alimentação, que representa 25% dos gastos das famílias, outros itens devem fazer o papel de vilões na cesta de compras dos brasileiros, como a tarifa de energia elétrica e o preço da gasolina, que devem ter alta superior a 10% cada.

O resultado oficial da inflação do ano passado será divulgado no próximo dia 10, mas a expectativa do mercado é que o índice tenha encerrado o ano abaixo do piso da meta, de 3%. Apesar da pressão maior de alimentos, energia elétrica e gasolina sobre os índices de preços este ano, o próprio Banco Central, em seu último relatório trimestral de inflação, previu inflação abaixo do centro da meta, atualmente em 4,5% ao ano, até 2020. Neste cenário, a alta maior dos preços não será um problema macroeconômico, mas deve interferir na gestão da renda das famílias. Em 2017, com a queda no preço dos alimentos, os brasileiros puderam direcionar parte da sobra no orçamento para o consumo, o que contribuiu para ajudar o País a sair da recessão.

Luiz Roberto Cunha, economista da PUC-Rio, lembra que energia, gasolina e alimentos representam quase um terço dos gastos da família. Com a mudança no comportamento da inflação, o consumidor voltará a fazer mais trocas para equilibrar o orçamento:

“O consumidor já está acostumado a fazer trocas e deixar de comprar alguns produtos quando há alta de preços de alimentos. A previsão é que eles subam de 4% a 5% este ano. É óbvio que, quando esses itens estão mais baratos, sobra mais para outros investimentos, como ocorreu no ano passado”, disse o economista, acrescentando que o aperto no orçamento pode ser menor em razão da recuperação do mercado de trabalho, o que significará mais gente com renda.

Menor reajuste do mínimo em 24 anos

A economista Maria Andreia Parente Lameiras, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), explica que a política de juros mais baixos do Banco Central — atualmente a Taxa Selic está em 7% ao ano, o menor patamar da história do País — e a perspectiva de recuperação da economia vão estimular o consumo, o que também acaba pressionando os preços para cima. Em compensação, o salário mínimo, fixado em R$ 954, tende a equilibrar essa balança. O reajuste aplicado, de 1,8%, foi o menor em 24 anos, já que é indexado à inflação, o que deve reduzir os custos salariais e impedir aumentos maiores nos preços dos serviços.

Apesar de o Banco Central ter sinalizado recentemente a perspectiva de uma nova redução da taxa básica de juros, a Selic, no início deste ano, o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo de Castro, acredita que os juros não devem pôr em risco o cumprimento da meta de inflação em 2018, pois são compatíveis com o atual grau de ociosidade da economia:

De acordo com as previsões de analistas, o IPCA, índice oficial de inflação, deste ano deve acelerar em relação a 2017, chegando a 3,96% contra menos de 3% no ano passado. Se as projeções se confirmarem, a taxa fica abaixo da meta do governo de 4,5%.

Leandro Negrão, economista do Banco Bradesco, acredita em uma inflação de 3,9% para 2018. Ele pondera que será um ano de incertezas em relação aos preços administrados (controlados pelo governo) por causa do setor elétrico e dos preços do petróleo:

O combustível deve encerrar 2017 com alta de 10,95% e subir nessa mesma magnitude em 2018, de acordo com o diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infra Estrutura), Adriano Pires.

Com a falta de chuvas e o nível de reservatórios das hidrelétricas baixo, a conta de luz deve continuar apertando o orçamento do brasileiro este ano. Até novembro, enquanto a inflação geral oficial do País acumulava alta de 2,8% em 12 meses, a variação da energia elétrica chegava a quase 10%. Pelas projeções do diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, a energia deve acumular em 2017 alta de 10,41% e manter esse patamar de alta em 2018.

Ano passado, o brasileiro teve cobrança extra na conta de luz em nove dos 12 meses: três de nível amarelo, mais brando, e seis de bandeira vermelha, mais cara. Na última sexta-feira, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou que, este mês, não haverá cobrança extra.

De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico, o nível dos reservatórios no Sudeste e Centro-Oeste estava em 21,6% no último dia 28 — inferior aos 33,88% em igual dia de 2016. No Nordeste, o mais castigado, a situação é pior: o volume estava em 12,08%.

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https://www.osul.com.br/energia-eletrica-gasolina-e-os-alimentos-vao-pesar-mais-no-bolso-em-2018/ A energia elétrica, a gasolina e os alimentos vão pesar mais no bolso em 2018 2018-01-02
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