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Saúde Enjoo, dor de cabeça, boca seca: por que a ressaca de álcool é pior depois dos 50? Médicos explicam

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De acordo com especialistas, realmente há uma espécie de redução da tolerância ao álcool à medida que envelhecemos. (Foto: Freepik)

Você sente que os efeitos do consumo de álcool se tornaram piores à medida que envelhece? Que apenas uma taça de vinho pode te deixar com sintomas como dor de cabeça, boca seca, náusea, fadiga, dores no corpo, irritabilidade, vertigem e problemas de memória? Pois isso não é coisa só da sua cabeça nem acontece apenas com você.

De acordo com especialistas, realmente há uma espécie de redução da tolerância ao álcool à medida que envelhecemos, pois o corpo se torna menos capaz de processar o álcool. Isso vale para homens e mulheres.

“Existe a redução da tolerância ao álcool conforme a gente envelhece. Então, o relato de pessoas, principalmente mulheres de 50 anos ou mais, de que elas sentem mais os efeitos do álcool, não é apenas uma percepção, mas um fenômeno fisiológico bem documentado”, explica a médica Polianna Souza, geriatra do Einstein Hospital Israelita.

Além disso, a hepatologista Cristiane Villela Nogueira, do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho e professora titular da Faculdade de Medicina da UFRJ explica que os riscos associados à ingestão do álcool também aumentam com o passar dos anos.

“Em geral, a maioria das pessoas, quando envelhece, começa a usar medicamentos para dor, para dormir, para controlar a pressão, a ansiedade, e tem interação medicamentosa que pode influenciar nessa menor tolerância ao álcool.”

Nogueira também ressalta que o cérebro fica mais sensível aos efeitos do álcool. Isso pode levar a perda de memória, raciocínio mais lento e alterações da coordenação que podem predispor a quedas e acidentes.

A chef Rita Lobo contou em entrevista ao podcast MenoTalks que sua relação com o álcool após os 50 anos não é mais a mesma. Segundo ela, antes tomava uma taça de vinho, três vezes por semana. Hoje em dia é apenas uma taça, aos finais de semana. Se passar disso “a gente fica doente durante dois dias”: “E o que afeta para mim? Eu não lembro meu nome”, brincou Rita Lobo.

Essas mudanças na tolerância ao álcool ocorrem devido a alterações na composição corporal e no metabolismo. A perda natural de massa muscular e ganho de gordura que começa na faixa dos 30, mas se acentua a partir dos 50 anos, por exemplo, pode tornar algumas pessoas mais sensíveis aos efeitos da bebida.

Isso acontece porque o álcool é uma substância hidrossolúvel, ou seja, se distribui na água do corpo e o músculo tem mais água do que gordura. Então, quando há menos tecido muscular, há menos água no organismo, em especial na corrente sanguínea.

Dessa forma, mesmo ingerindo as mesmas quantidades de álcool de antes, haverá uma concentração maior no organismo, porque seu corpo tem menos água para diluir esse álcool, fazendo com que você se sinta intoxicado mais rapidamente.

Além disso, o álcool é metabolizado no fígado e a capacidade do órgão de processá-lo também diminui com a idade. Em linhas gerais, o álcool leva mais tempo para ser eliminado do corpo, resultando em níveis mais altos no sangue e efeitos prolongados. Daí a ressaca que parece doença.

“O fígado é o principal órgão responsável pela metabolização do álcool. À medida que envelhecemos, as enzimas que fazem essa metabolização também mudam e podem torná-la mais lenta. Isso gera um prolongamento dos efeitos colaterais do álcool e aumento do risco de lesão hepática”, pontua Nogueira.

O álcool também atrapalha o sono, que já tende a piorar à medida que envelhecemos. Isso contribui para a brutalidade da manhã seguinte na meia-idade. Além disso, o álcool pode agravar problemas de saúde preexistentes comuns, como pressão alta, úlceras e problemas cardíacos.

“O álcool exacerba problemas de saúde. É causa de hipertensão e pode descompensar o diabetes, piorar a osteoporose, doença hepática e úlcera duodenal”, alerta a hepatologista.

Embora essas alterações fisiológicas atinjam ambos os sexos, as mulheres já são naturalmente mais suscetíveis aos efeitos do álcool de forma geral, independentemente da idade.

“As mulheres, mesmo em idades mais jovens, geralmente têm menos massa muscular do que os homens. Isso faz com que elas tenham também um menor volume de água corporal, aumentando a concentração de álcool no sangue”, explica Souza. “Existem estudos mostrando que elas também produzem menos uma enzima chamada enzima álcool desidrogenase, levando a uma metabolização mais lenta do álcool.”

As alterações fisiológicas do envelhecimento citadas acima pioram ainda mais essa sensibilidade feminina ao álcool, mesmo que se mantenha os mesmos hábitos de consumo prévios. As informações são do jornal O Globo.

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