Quinta-feira, 12 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 20 de agosto de 2020
O presidente Jair Bolsonaro usou sua conta no Twitter para falar sobre o PIX. Segundo ele, os cadastros para o sistema de pagamentos poderão ser feitos a partir do dia 5 de outubro. A informação já havia sido confirmada pelo Banco Central (BC) na semana passada.
O PIX, novo sistema de transações digitais do Banco Central “vai permitir transferências eletrônicas em tempo real a qualquer momento do dia ou da noite, inclusive aos finais de semana e feriados”, disse Bolsonaro.
O PIX está sendo visto como o “assassino” dos atuais sistemas de DOC e TED. A novidade promete ser mais rápida, barata e prática, funcionando 24 horas por dia e 7 dias por semana.
Neste último aspecto, o PIX lembra os sistemas de transferência de criptomoedas, como o Bitcoin.
O custo do sistema também foi divulgado pelo Banco Central. O uso do PIX custará R$ 0,01 a cada 10 transações. Em contraste, muitas instituições chegam a cobrar R$ 14,90 por uma TED.
A solução vem sendo observada por outras empresas, que buscam criar produtos em cima do PIX. As companhias telefônicas, por exemplo, buscam disponibilizar carteiras digitais para os seus clientes.
O diretor da Organização do Sistema Financeiro do BC, João Manoel de Mello, falou sobre o novo sistema de pagamentos instantâneos. Ele negou que a gratuidade represente um tabelamento por parte da autoridade monetária.
“Isso [a gratuidade do Pix para pessoas físicas] não significa de modo algum que haja movimento de tabelamento por parte do Banco Central. Há diversos outros pontos do ecossistema abertos a todos os provedores de serviços de pagamento com capacidade de remuneração”, disse o diretor na abertura de um fórum promovido pelo BC para discutir a adoção do novo sistema.
Segundo Mello, o BC editará uma norma específica para detalhar onde o uso do Pix pode ser tarifado para pessoas jurídicas. Ele não deu prazos para a publicação da regra, mas disse que a demora na regulamentação está causando ansiedade nos operadores de mercado.
O diretor informou ser importante levar em conta que existem meios eletrônicos de pagamento semelhantes funcionam sem cobrança de tarifa para pessoas físicas. De acordo com ele, a regulação do BC apenas procurará dar tratamento igual aos diversos sistemas de pagamento.
Convênios
O diretor anunciou que o BC está prestes a fechar convênios para que entes do governo aceitem pagamentos pelo Pix. Segundo Mello, as conversas com o Tesouro Nacional e com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estão em fase avançada. Para ele, o pagamento de faturas de serviços básicos ajudará a popularizar o novo sistema.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, também participou da abertura do evento. Em discurso rápido, afirmou que o Pix representa uma semente de várias iniciativas que pretendem ampliar a democratização digital e acrescentou que a ferramenta revolucionará a intermediação financeira no País.
Operação
Nova ferramenta que funcionará 24 horas por dia reduz o tempo de liquidação de pagamentos entre estabelecimentos com conta em bancos e instituições diferentes, o Pix entrará em operação em 16 de novembro. O cadastro das Chaves Pix – combinação com telefone celular, CPF, CNPJ e e-mail necessária para operar a carteira digital – começará em 5 de outubro. As datas foram anunciadas no fim de julho.
As transações poderão ser feitas por meio de QR Code (versão avançada do código de barras lida pela câmera do celular) ou com base na chave cadastrada. O Pix trará agilidade em relação a sistemas atuais de pagamento, como a transferência eletrônica disponível (TED), que leva até duas horas para ser compensada, e o documento de ordem de crédito (DOC), liquidado apenas no dia útil seguinte.
No caso de empresas, a plataforma traz vantagens em relação ao pagamento por cartão de débito. Isso porque o consumidor pagante não precisará ter conta em banco, como ocorre com os cartões. Bastará abastecer a carteira digital do Pix para enviar e receber dinheiro.