Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 24 de agosto de 2018
Em meio à estratégia do PDT de amenizar o discurso de seu presidenciável Ciro Gomes, a fim de desconstruir a sua fama de “pavio-curto”, a sua vice na chapa, Katia Abreu, decidiu assumir a postura de enfrentamento contra um personagem que tem dado o que falar: o deputado federal e também candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro, do PSL.
A ideia, segundo fontes ligadas à campanha do ex-ministro e ex-governador cearense, é que ela repita a postura adotada por Marina Silva – na semana passada, a presidenciável da Rede Sustentabilidade elevou o tom contra o militar durante o debate promovido pela Rede TV.
Empresariado
Nessa sexta-feira, Katia publicou mensagem nas redes sociais criticando o apoio de empresários ao polêmico parlamentar. Segundo ela, que chegou a comandar o Ministério da Agricultura na fase final do governo de Dilma Rousseff, a postura da classe demonstra hipocrisia.
“Eu faço esse desafio a todos os grandes empresários que apoiam o capitão que nunca administrou nada em sua vida e que, no entanto, estão querendo colocar para gerir o Brasil. Coloquem ele como o principal executivo de suas grandes empresas!”, ironizou.
Nos últimos dias, declararam apoio a Bolsonaro os donos das redes comerciais Havan e Centauro. “Esses grandes empresários que apoiam o capitão para presidente fazem seleções ultrarrigorosas, atrás dos melhores executivos, aos quais pagam salários astronômicos. Mas para governar o Brasil serve qualquer um? A hipocrisia não tem limites!”, protestou.
Segurança pública
Nas redes sociais, ela ainda criticou o discurso de Jair Bolsonaro para a área da segurança pública. “Se a segurança pública fosse resolvida apenas à base da bala, o Exército já teria salvado o Rio de Janeiro. Arma e bala não faltam por lá”, comparou.
Em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”, publicada logo após a sua escolha como candidata a vice-presidente, Katia Abreu defendeu a flexibilização ao porte de armas no ambiente rural, posição contrária à de Ciro Gomes.
Pelo votos de indecisos, o presidenciável do PDT adotou desde a semana retrasada um perfil moderado. A mudança foi baseada em pesquisa qualitativa, que revelou uma insegurança do eleitorado com o estilo duro do cabeça-de-chapa do partido na corrida ao Palácio do Planalto.