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Mundo Entenda a turbulenta relação dos Estados Unidos com o Irã

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Manifestantes queimam bandeiras dos EUA e do Reino Unido. (Foto: Reprodução)

Antes da tensão atual entre Irã e EUA, os países eram aliados. Washington tinha fácil acesso ao petróleo iraniano e via sua influência no país como uma porta de entrada para o Golfo Pérsico, principal região petrolífera do mundo.

A situação mudaria radicalmente a partir do final dos anos 1970, quando os países romperam relações diplomáticas.

O começo das hostilidades

O Irã era um dos principais clientes da indústria de defesa dos EUA nos anos 1950. Foi o país americano, inclusive, que ajudou Teerã a desenhar seu programa nuclear, no final daquela década.

A boa relação se deu porque os EUA apoiaram o xá Reza Pahlevi a derrubar o primeiro governante eleito democraticamente do Irã, Mohammad Mossadegh, em 1953. Há historiadores que afirmam que a ajuda da CIA no golpe do Estado se deu por medo de que o país ficasse do lado da Rússia durante a Guerra Fria.

Os países permaneceram aliados até 1979, quando a Revolução Islâmica transformou o Irã em uma república teocrática. Naquele ano, a monarquia se dissolveu devido a protestos estimulados pelo opositor de Pahlevi, uma figura religiosa, o aiatolá (mais alto cargo entre os muçulmanos xiitas), chamada Ruhollah Khomeini.

Invasão da embaixada americana

As relações EUA e Irã se deterioraram ainda mais quando estudantes iranianos invadiram a Embaixada dos EUA em Teerã e fizeram 52 reféns, em novembro de 1979. Eles exigiam que o xá Reza Pahlevi, que estava nos EUA para tratamento médico, fosse extraditado.

A crise dos reféns dominou os 14 meses restantes do governo Jimmy Carter (1977-1981) e marcou o rompimento diplomático entre Teerã e Washington. Em 20 de janeiro de 1981, 20 minutos após o discurso de posse de Ronald Reagan, os reféns foram libertados. Haviam ficado 444 dias detidos.

Ataque americano

No dia 3 de julho de 1988, um avião de passageiros da companhia Iran Air voava de Teerã para Dubai quando, ao sobrevoar o estreito de Hormuz, foi derrubado por um míssil disparado de um navio da Marinha americana.

Segundo a versão dos EUA, o capitão da embarcação Vincennes teria confundido a aeronave, que estava em espaço aéreo iraniano, com um caça militar em procedimento de ataque. O engano matou as 290 pessoas a bordo — destas, 254 eram cidadãos iranianos.

Naquele período, o Golfo Pérsico passava pela “Guerra dos Navios-Tanque”, em que navios americanos escoltavam petroleiros que circulavam pelo estreito de Hormuz após minas iranianas terem atingido embarcações na região.

Acordo nuclear

​Em 2018, depois de repetidas ameaças, o presidente Donald Trump retirou os EUA acordo nuclear com o Irã. O pacto havia sido firmado três anos antes, quando o presidente iraniano Hasan Rowhani e Barack Obama se sentaram à mesa de negociações junto aos outros membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU — Reino Unido, França, China e Rússia —, além da Alemanha.

O tratado dificultou o acesso de Teerã a combustíveis usados em armas nucleares (plutônio e urânio), reduziu em dois terços o seu número de centrífugas e obrigou o país a baixar o estoque de urânio enriquecido em 98%. O Irã também concordou, com ressalvas, com inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica.

Como contrapartida, sanções econômicas impostas ao país foram aliviadas, rompendo um isolamento longevo, e US$ 100 bilhões em ajuda ao Irã foram liberados. Poucos meses depois de abandonar o acordo, os EUA impuseram novas punições contra o país.

Urânio enriquecido

O Irã, primeiro, resolveu continuar cumprindo o acordo, esperando que os europeus convencessem Trump a voltar atrás. Depois, vendo que tudo tinha ficado por isso mesmo, Teerã anunciou que quadruplicou a taxa de enriquecimento de urânio e que ultrapassou o limite de 300 kg estabelecido pelo tratado.

O urânio enriquecido pode ser usado para a construção de bombas nucleares. Em novembro de 2019, a taxa de enriquecimento chegou a 5% – inferior à de 20% que o país chegou a produzir e ainda longe da de 90% necessária para a fabricação de uma bomba atômica. De todo modo, o enriquecimento de urânio funciona como uma ameaça.

General é morte e Teerã revida

O ataque de um drone americano que matou o general iraniano Qassim Suleimani na semana passada levou a relação ao limite. Suleimani era chefe da força de elite Quds, da Guarda Revolucionária do Irã, considerado a segunda pessoa mais poderosa do país, atrás apenas do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei.

Dias mais tarde, o Irã revidou, avisando que não limitaria mais o enriquecimento de urânio – o que efetivamente significa o fim do acordo nuclear.

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